Cid Moreira, jornalista e locutor, morreu nesta quinta-feira(3) aos 97 anos, ele estava internado no Hospital Santa Teresa, em Petrópolis, no Rio de Janeiro. A informação foi divulgada por sua esposa Fátima Sampaio no Programa Encontro, da Rede Globo, emissora de TV que Cid apresentou durante 26 anos o principal telejornal.
Cid era natural de Taubaté, em São Paulo, completou mais um aniversário no final do mês de setembro (27). Morava com sua 3º esposa, e há 2 anos passava por problemas nos rins. Por esse motivo necessitou mudar sua rotina e até seu endereço, se mudando para mais próximo do hospital central, no qual era atendido frequentemente. “A gente se mudou para perto do hospital para termos um auxílio depois que ele começou a fazer a diálise”, relatou a Fátima, com quem foi casado por 25 anos.
Moreira começou sua carreira na rádio, porém, como contador, recebeu diploma, mas sua voz imponente e única garantiu que a emprestasse para diversos programas. Em 1969, foi convidado a ser o âncora do Jornal Nacional, na estreia do atual principal telejornal do Brasil “Eu chegava no horário de fazer o jornal, não participava da redação. Eu só ia para apresentar o jornal. Naquele dia, cheguei e vi aquele nervosismo, todo mundo preocupado. E, para mim, era normal. Mas no dia seguinte, vi na capa do jornal O Globo: ‘Jornal Nacional?’ Aí comecei a perceber a dimensão”.
Estreou ao lado de Hilton Gomes, e dividiram a bancada durante dois anos, mas seu colega mais duradouro foi Sérgio Chapelin, no qual apresentaram por mais de uma década. Ficou no ar com o JN até 1996, substituído pelo atual âncora William Bonner. “Eu estava ao lado do Cid, nervoso. Eu respirei fundo, me virei e falei: ‘Quando foi que você parou de ficar nervoso para fazer o Jornal Nacional.’ E ele: ‘Nunca.’ Tinha um sujeito que estava ali há 20 anos. E ele disse: ‘É impossível não ficar nervoso. Existem gradações de tensão. Estou em um grau de gradação menor do que o seu. O dia que você não estiver tenso, você vai errar”, diz Bonner. Cid também apresentou a revista eletrônica, Fantástico, e um de seus momentos mais marcantes, foi a quando apresentava o quadro do Mister M, o mágico mascarado.
Ana Maria Braga, lamentou a morte do colega de trabalho em suas redes sociais, “Cid Moreira, sua voz e talento marcaram gerações e transformaram o jornalismo brasileiro. Agradecemos por sua dedicação e por nos ensinar a importância da verdade. Sua contribuição será eternamente lembrada. Descanse em paz”.
Cid deixa dois filhos, Roger e Rodrigo Moreira. O pai e filhos tinham uma relação conturbada. Os filhos do primeiro casamento do apresentador acusaram Fátima, esposa do Cid de falsidade ideológica e lavagem de dinheiro, além de cárcere privado e de apropriação indevida dos bens do locutor.