Um laudo recente emitido pela Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento, em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), revelou a presença da espécie de microalga Dinophysis acuminata na água do mar. A análise das amostras, coletadas na última semana de julho, confirmou os resultados nesta sexta-feira (9), conforme divulgado em nota técnica no Diário Oficial do Estado de São Paulo.
O fenômeno, conhecido como “maré vermelha”, teve suas primeiras ocorrências registradas em Santa Catarina e no Paraná. Agora, foi identificado em várias praias do estado de São Paulo, incluindo Cananéia, Peruíbe e Praia Grande, na Baixada Santista, e São Sebastião, no Litoral Norte.
A Dinophysis acuminata é uma microalga que pode produzir toxinas diarreicas, que se acumulam em moluscos bivalves, como ostras e mexilhões. O consumo de moluscos contaminados pode resultar em graves sintomas gastrointestinais, como vômito, diarreia e dor abdominal, além de possíveis problemas neurológicos.
Além de comprometer a segurança alimentar, a maré vermelha também afeta a qualidade das praias para banho. As toxinas liberadas pelas microalgas podem causar reações adversas nos banhistas. Ieda Blanco, médica-veterinária e gerente do Programa Estadual de Sanidade dos Animais Aquáticos (PESAAq), ressalta que, apesar de ser um processo natural, a floração de microalgas pode ter consequências significativas para a saúde pública e o meio ambiente.
Segundo a nota oficial, na próxima semana, a Defesa Agropecuária do Estado realizará novas coletas de moluscos nas áreas de cultivo. O objetivo é verificar a presença de toxinas e determinar o nível de risco para os consumidores. Preventivamente, o governo recomenda que a população evite o consumo de moluscos bivalves provenientes do litoral paulista até que seja garantida a segurança alimentar.