No último dia 18 de junho, conversei com o ex-vereador Banha, durante o meu programa “Consciência Inclusiva” no YouTube. O tema de fundo foi a questão do desenvolvimento regional da Baixada Santista e o cenário político nas eleições municipais deste ano de 2024. O episódio durou uma hora e cinquenta minutos, e eu deixei para tratar aqui na “Voz da Consciência”. A primeira questão que ficou pelo caminho, que ele falou, foi sobre a pandemia e os prejuízos causados na questão do desemprego e do desenvolvimento econômico da região.
Durante a pandemia, a Baixada Santista sofreu um aumento significativo no desemprego, refletindo um impacto econômico substancial na região. Em 2020, comparado a 2019, a região perdeu cerca de 2.459 postos de trabalho, resultando em um aumento de aproximadamente 85% na taxa de desemprego na Baixada Santista. A região enfrentou um cenário desafiador, com a perda de 138 mil ocupações no período pré e póspandemia, o que a tornou uma das áreas mais afetadas em termos de empregos perdidos durante esse período. O desemprego se acentuou de forma significativa na Baixada Santista, não havendo uma recuperação do nível de ocupação pós-pandemia, conforme apontado por especialistas econômicos.
Estima-se que a economia da Baixada Santista tenha sofrido um prejuízo financeiro em torno de R$ 3,1 bilhões devido aos impactos da pandemia. O setor de serviços, que é o principal motor econômico da região, com uma contribuição de 78,4% para o PIB local, foi especialmente afetado, sendo responsável por grande parte do prejuízo econômico causado pela pandemia. Esse prejuízo econômico está diretamente ligado ao aumento do desemprego na região, demonstrando a interconexão entre a situação do mercado de trabalho e a saúde econômica geral da Baixada Santista.
Atualmente, a situação da recuperação econômica na região da Baixada Santista é um tema de preocupação devido aos desafios enfrentados, especialmente relacionados à segurança pública e aos impactos da pandemia. A região tem sido afetada por questões de segurança, com o aumento da violência e dos índices de criminalidade, como evidenciado por operações policiais e a incidência de homicídios dolosos. A eficiência das operações de segurança na Baixada Santista tem sido questionada, com dados apontando para desafios persistentes no combate à criminalidade e na garantia da segurança dos cidadãos.
A pandemia deixou marcas profundas na economia da região, com um aumento significativo do desemprego e prejuízos econômicos consideráveis, especialmente no setor de serviços. Estima-se que a Baixada Santista tenha enfrentado perdas financeiras consideráveis durante a pandemia, o que impactou diretamente a recuperação econômica local. A situação econômica da região ainda requer esforços significativos para uma recuperação completa e sustentável, com a necessidade de políticas públicas eficazes e investimentos direcionados para impulsionar a economia local. É fundamental abordar tanto as questões de segurança pública quanto os desafios econômicos para promover uma recuperação abrangente e positiva na Baixada Santista.
Esses dados destacam a complexidade da situação atual da recuperação econômica na Baixada Santista, evidenciando a necessidade de ações coordenadas e estratégicas para enfrentar os desafios presentes na região.
Atualmente, a situação da recuperação econômica na região da Baixada Santista apresenta desafios decorrentes dos impactos da pandemia e da necessidade de medidas eficazes para impulsionar a economia local. Durante a pandemia, a região enfrentou perdas financeiras consideráveis, refletindo em um aumento significativo do desemprego e prejuízos econômicos notáveis, especialmente no setor de serviços. A recuperação econômica da Baixada Santista ainda demanda esforços significativos para uma retomada completa e sustentável, destacando a importância de políticas públicas eficazes e investimentos direcionados para estimular a economia local.
Só que a questão do home office, ou seja, o trabalho em casa, acho eu que é um modelo que veio para ficar, até por uma questão de redução de custos. Porém, concordo que as relações humanas estão ficando superficiais e até de certa forma artificial. Por que não dizer? A mesma coisa acontece com o uso da inteligência artificial e a tentativa de controlar essa ferramenta na campanha eleitoral. A inteligência artificial veio para ficar, é um caminho sem retorno. E cabe ao ser humano se adaptar nessa nova realidade que a pandemia nos trouxe. A rede social aproxima muito muitas pessoas que não se conhecem e dá intimidade a desconhecidos.
Falamos também da responsabilidade do Estado de São Paulo na questão do desenvolvimento econômico e social da Baixada Santista. Em certo ponto da entrevista, ele chegou a me dizer que a Baixada Santista e o Vale do Ribeira juntos são a última região a receber recursos do governo do Estado, o que para mim é uma novidade, a partir do momento em que o Porto de Santos é a porta de entrada e de saída de uma boa parte dos produtos e serviços produzidos no país.
Falamos também sobre a necessidade de uma reforma política que permita uma maior participação das cidades no que diz respeito às decisões políticas que envolvem esse desenvolvimento, a descentralização do poder, transformando, dando mais importância para as regiões metropolitanas, tanto da Baixada Santista quanto de outras importantes cidades. Falamos da necessidade da implantação do voto distrital para que o eleitor tenha vínculo com o seu representante político. Falei da necessidade de uma maior participação política das pessoas com deficiência e da necessidade de que os partidos políticos abram as portas de fato para essa participação, porque concordamos, tanto eu quanto Banha, que quem conhece as necessidades da pessoa com deficiência merece ter voz ativa nas decisões que envolvem esse público volumoso. Segundo o IBGE, a partir do último censo, a cidade de Santos tem entre a sua população 120 mil pessoas com algum tipo de deficiência, o que dá um quarto da população santista, aproximadamente 25%.
Mas para isso acontecer, é necessário que todos os partidos políticos abram as portas para discussões internas, através de secretariados da pessoa com deficiência, para que a gente possa discutir os caminhos para a discussão da melhor forma de desenvolver a qualidade de vida da pessoa com deficiência, não para ser politicamente correto, mas sim porque acredita na cidadania da pessoa com deficiência. Eu comparo o nosso segmento da pessoa com deficiência ao segmento da mulher, politicamente falando. Já disse isso em outras oportunidades e volto a dizer agora, partindo do princípio da entrevista que fiz com o Antônio Carlos Banha Joaquim, ex-vereador da cidade de Santos, minha terra natal. Na minha opinião, existe uma conta que não fecha, que é a questão da maioria do eleitorado brasileiro ser composto por mulheres, e a proporcionalidade disso na representação política ser apenas de 30%.
Porque para você formar uma chapa de candidatos em qualquer eleição, seja municipal ou federal, a proporção é de 70% para os homens e 30% para as mulheres, quando na verdade deveria ser proporção igual de 50% para cada gênero. Infelizmente, no Brasil, como não existe uma cultura de igualdade, vamos chamar assim, é necessário que seja imposto por cotas. Quando na verdade esse tipo de comportamento dos partidos político deveria ser natural, infelizmente não é, porque muitas vezes não se tem interesse pela política, se busca a mulher apenas por exigência da lei eleitoral, quando deveria ser papel dos partidos políticos, a questão do estímulo e da formação política da população.
Ele falou de uma ideia dele quando foi candidato a prefeito pelo MDB na última eleição em 2020. Ele chegou a comentar que gostaria de estimular um gosto pela política ainda na escola, através de uma matéria transversal de cidadania, onde se aprenderia direto com a Constituição, por exemplo, do 6º ao 9º ano. O que seria uma boa ideia, mas no Brasil as boas ideias não são valorizadas. Se não me engano, ele teve apenas 1% dos votos válidos para prefeito de Santos em 2020. Ele me disse que um projeto de lei que marcou a trajetória dele foi quando ele aprovou um projeto onde exigiu dos prédios que houvesse teclado em braille nos elevadores, entre outros projetos. Afinal, são 28 anos de trajetória em 7 mandatos consecutivos, 300 leis aprovadas, o que dá uma média de 10 projetos de lei aprovados por ano, o que é uma marca impressionante para um homem público. Quero dizer aqui que essa coluna não tem a intenção de fazer campanha para nenhum candidato, mas sim apresentar a real situação do desenvolvimento regional. Sinceramente, posso dizer que deixa a desejar.
Falamos também sobre a necessidade de uma reforma no sistema político brasileiro, como por exemplo, a alteração no tempo de mandato de presidente, governadores e prefeitos de 4 anos com direito a reeleição para 6 anos, sem a possibilidade de reeleição, e talvez a unificação das eleições, tanto proporcionais como executivas, o que para mim deveria ser duas eleições separadas no mesmo ano, por exemplo, vereadores, deputados estaduais e federais num feriado nacional qualquer, prefeito, governador e presidente, mas senador em outra data de feriado nacional. Para que se valorize o voto e o mandato que o eleitor brasileiro te dá, essa quebra de mandato de dois em dois anos é prejudicial para o sistema político brasileiro, na minha opinião. Porém, existe uma reforma constitucional que é extremamente necessária, que é a seguinte: você colocar uma cláusula no sistema eleitoral não permitindo que uma pessoa seja candidata à presidência da república por mais de três vezes, se ela já tiver exercido o cargo de presidente da república duas vezes consecutivas. Eu diria, você, meu querido leitor e minha leitora querida, que o Brasil necessita de muitas reformas no sistema político.
Eu queria dizer uma última coisa, que é o seguinte: a política é uma porta que é difícil de ser aberta, não é todo mundo que entra, não é você. De certa forma, está nesse ambiente e você tem futuro tanto na comunicação quanto na política. Guarda isso que eu estou falando para você.
Eu gostaria de aproveitar esse momento para dizer o seguinte: meus queridos leitores, eu sempre votei em pessoas que tinham na sua agenda a questão dos direitos da pessoa com deficiência, o que fossem pessoas com deficiência, mas hoje eu confesso que já não é assim. Enquanto cidadão santista e eleitor, eu vejo com alguma preocupação o cenário atual no que diz respeito ao desenvolvimento econômico e social da minha cidade. Por isso que eu trouxe convidados ao @consciênciainclusiva, política no assunto que eu gosto de criança, sempre gostei. Eu vejo com preocupação a perda gradativa de importância, não só da cidade de Santos, mas também da região da Baixada Santista.
Antes de terminar esse comentário, eu não posso deixar de dizer: Santos, na minha opinião, por ser uma cidade chave em razão do Porto, não vai deixar de sofrer a influência da polarização nacional dos últimos tempos, Lula x Bolsonaro, apesar de ser uma eleição municipal. Nós também teremos a
influência da polarização.
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