Após ser compartilhada pelo Padre Júlio Lancelotti, a imagem de um monumento em frente à Paróquia Sagrada Família, no Jardim Castelo, em Santos, causou polêmica nas redes sociais. Uma cruz, na Praça Doutor Bruno Barbosa, foi cercada e incluídos espetos em toda a sua superfície. As publicações indicavam que a medida seria para afugentar pessoas em situação de rua do local. No entanto, a Prefeitura retirou as lanças da estrutura na manhã de domingo (20/8).
“Impressionante até na Cruz ! Santos SP . Aporofobia @diocesedesantossp“, escreveu o padre em seu perfil no Instagram, recebendo uma chuva de comentários que criticavam ou justificavam a iniciativa. Alguns moradores no bairro afirmaram que a cruz era, muitas vezes, usada como banco ou obstáculo para praticantes de skate.
Ainda no domingo, a Diocese de Santos divulgou uma nota afirmando que a cruz foi construída para celebrar os 50 anos da Paróquia e que está sob gestão da Prefeitura.
“Em entendimento com a Prefeitura, estamos buscando formas de resolver a situação respeitando a todos, os frequentadores da Praça e os devotos que têm na cruz um símbolo sagrado de Cristo e de seu grande amor por nós”.
O que é Aporofobia?
Aporofobia é o termo usado para descrever o medo, aversão ou detecção contra pessoas pobres ou em situação de rua. É o preconceito que desencadeia a arquitetura hostil, um design de espaços públicos ou privados de forma a desencorajar ou impedir a presença de pessoas sem-teto ou indesejadas. Isso pode incluir medidas como bancos com separação que impedem que as pessoas deitem neles, superfícies ásperas para evitar que alguém se sente ou durma, ou até mesmo o uso de luzes brilhantes para afastar as pessoas.