Muitos cães sofrem com a ansiedade da separação e alguns tutores não fazem ideia de que isso existe. De acordo com o veterinário e adestrador Henrique Perdigão, a síndrome da ansiedade de separação é quando o cão apresenta comportamentos de pânico e descontrole excessivos.
“O pet cria uma dependência afetiva por seus donos por conta do convívio intenso no dia a dia,” explica o adestrador.
Segundo o especialista, quanto mais cedo o diagnóstico, mais fácil encontrar a solução. “A verdade que os donos de pet não aceitam ouvir é de que os próprios tutores são os responsáveis pelo comportamento de seus cachorros. Por isso, tratar e adestrar seu cão com bons hábitos muda todo o cenário a longo prazo”, diz.
Sintomas da separação
“O primeiro sintoma é quando o dono sai de casa e o cão late de forma excessiva. Pergunte ao vizinho e ele vai saber te responder como o seu cão se comportou. Em alguns casos, pode até uivar. O segundo sintoma é quando o cão destrói a porta de entrada da casa. Pode ser uma porta, um portão, mas é sempre no local de entrada da casa. O terceiro sintoma é quando o pet só erra o local de fazer suas necessidades, quando fica sozinho em casa. O quarto sintoma é quando ele pratica a automutilação, como arrancar os pelos das patinhas, se morder”, explica.
Existem casos raros em que o cão entra em hipertermia, ou seja, a temperatura corporal fica superior aos 40ºC, podendo levar até a óbito. “Todos esses sinais são um pedido de socorro do seu pet por conta dessa síndrome. Então, se você é um grude com seu cãozinho e sente que ele sofre ao ficar algumas horas sozinho, é um sinal de alerta”, conta.
Cães de algumas raças específicas têm maior propensão para desenvolver a ansiedade da separação. “Na maioria dos casos, os cães de pequeno porte, como Spitz Alemão, Maltês, Yorkshire, Shih Tzu, pelo fato de serem animais de colo, ou animais que passaram pelo processo de adoção”.
Dicas para tutores
O adestrador indica que o dono não exagere na hora de se despedir do cão ao sair de casa. “Essa é uma forma de o cão se sentir mais seguro quando não tem tanto drama ao ter uma despedida. Ao retornar, converse e aja naturalmente, passe tranquilidade. Assim, o cão percebe que é normal o dono sair e voltar”, explica.
É preciso praticar um processo de desapego e enaltecer atitudes positivas quando o pet ficar sozinho em algum ambiente da casa. “Ele tem que aprender também a brincar e a ser sua boa companhia quando estiver sozinho. Se você saiu do ambiente que ele estava e o seu cão não se levantou, não chame”, indica.