Fronteiras da Ciência

A mensagem do cartão

26/05/2023
A mensagem do cartão | Jornal da Orla

Foi num desses dias. Desses cinzentos em que a natureza parece se casar aos sentimentos que nos vão na alma.

A manhã não me trazia novidades. Os problemas eram os de sempre e continuei a empilhá-los na mesa do escritório.

Talvez, depois, eu busque a solução. Mas, agora, minha alma está por demais magoada, machucada para que a mente consiga mergulhar em qualquer coisa e encontre algum desfecho satisfatório.

Como se pode viver assim?

Então, por um desses milagres que somente um poder superior pode decifrar, tentando ao menos organizar a papelada, um cartão chamou-me a atenção.

Estava escrito com caligrafia caprichada. Nem sei bem desde quando estava ali, perdido, no mar dos papéis, dos livros, das contas.

Tentei lembrar onde o recebera. Penso que foi em algum desses encontros de amigos.

Alguém me entregara aquele cartão, feito em delicado papel.

Pelo capricho da letra me pus a ler:

“Se Deus tivesse uma geladeira, sua fotografia estaria grudada ali.

Se Ele tivesse uma carteira, guardaria sua fotografia dentro dela.

Ele lhe manda flores todas as primaveras e o brilho do sol todas as manhãs”.

Bom – eu pensei – hoje não tem sol. O dia está nublado. Ele deve ter esquecido de mandar o sol brilhar.

E continuei a ler:

“Sempre que você tem vontade de falar, Ele ouve.

Ele pode morar em qualquer lugar do Universo, mas escolheu o seu coração.

Que tal aquele presente de Natal que Ele lhe deu em Belém?

E aquela sexta-feira no Calvário?

Acredite. Ele é loucamente apaixonado por você”.

Eu li e reli aquelas linhas.

O sol brilhou em meu coração. Lá fora, as nuvens se abriram para que o carro solar passasse.

Como me pudera esquecer de que sou filho Deus, de Bondade e de Justiça?

Como pude me deixar envolver em tanta tristeza, ao ponto de quase querer desistir da vida?

Como pude esquecer que sou filho do Ser mais poderoso do Universo? E seu herdeiro.

Herdeiro das estrelas que abrilhantam as noites.

Herdeiro dos mundos que me aguardam, tão logo me decida por merecê-los. Mundos solidários, mundos de felicidade, mundos de progresso. Moradas dos céus.

Como posso dar tanta importância a pequenos transtornos que se acumulam, somente porque não me disponho a enfrentá-los, um a um?

Como pude esquecer tudo isso?

[com base em texto de Max Lucado e da Red. do Momento Espírita]

Tudo passa neste mundo.

Passam as dores, as alegrias, os problemas. Tudo aqui é impermanente.

Prossiga e você vencerá.

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