Saúde

Sintomas de câncer de ovário são difíceis de detectar

08/05/2023
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Os sintomas de câncer de ovário são difíceis de serem detectados porque na maioria dos casos ele é aparentemente imperceptível. A doença é tratável quando diagnosticada logo no início. Assim, é importante estar atento a alguns sinais.

 

Sintomas e sinais do câncer de ovário

O câncer de ovário é uma doença silenciosa e em seus estágios iniciais não costuma apresentar sintomas específicos. À medida que o tumor cresce, pode causar:

  • Inchaço no abdômen;
  • Dor no abdômen;
  • Dores na região pélvica, nas costas ou nas pernas;
  • Náuseas;
  • Indigestão;
  • Gases;
  • Funcionamento anormal do intestino (prisão de ventre ou diarreia);
  • Fadiga constante;
  • Perda de apetite e de peso sem razão aparente;
  • Sangramento vaginal anormal, especialmente depois da menopausa;
  • Aumento na frequência e/ou na urgência de urinar.

 

O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que devem ser diagnosticados 7.310 novos casos de câncer de ovário, no triênio 2023-2025. O Atlas de Mortalidade por Câncer de 2020 alerta que 3.921 mulheres podem morrer este período em decorrência da doença. O câncer de ovário é o nono tipo de tumor mais comum entre as mulheres no mundo.

O câncer de ovário é o segundo tipo de câncer ginecológico mais comum em mulheres, ficando atrás somente do câncer de colo de útero.

“A neoplasia possui uma maior incidência em mulheres acima de 50 anos. Na grande maioria dos casos, não é possível que os fatores de risco sejam identificados previamente, tornando este tipo de câncer agressivo”, explica a oncologista Marcela Bonalumi, da Oncoclínicas São Paulo.

 

Tipos de câncer de ovário

A Sociedade Brasileira de Oncologia informa que existem cerca de 30 tipos de câncer de ovário, podendo ser denominados a partir de suas células de origem.

“Em 95% dos casos, o câncer de ovário é derivado das células epiteliais, que revestem o ovário. Já os outros 5% são das células germinativas, que formam os óvulos, e também das estromais, responsáveis por produzir grande parte dos hormônios femininos”, afirma a oncologista.

 

Os três principais grupos de câncer de ovário:

  • Carcinoma epitelial de ovário – vem da superfície do ovário (o epitélio) e é o subtipo mais comum. O câncer de tuba uterina e o câncer primário do peritônio estão incluídos neste grupo;
  • Carcinoma de células germinativas de ovário – origina-se nas células reprodutivas ou germinativas dos ovários, ou seja, aquelas que dão origem aos óvulos;
  • Carcinoma de células estromais de ovário – forma-se nas células do tecido conjuntivo.

Há também o carcinoma de pequenas células hipercalcêmico do ovário, que não se enquadra nos três grupos acima e é extremamente raro. Ainda não foi identificado em que tipo de células ele se origina.

 

Por que o tumor pode acontecer?

A especialista explica que existem alguns fatores de risco que podem colaborar para o surgimento do câncer de ovário, como obesidade, sedentarismo, tabagismo, endometriose, idade maior a 50 anos, fatores hormonais (menarca precoce ou menopausa tardia), histórico familiar, mutações em genes BRCA1 e BRCA2 e fatores reprodutivos (mulheres que não tiveram filhos possuem um risco aumentado de desenvolver a doença).

Segundo a oncologista Marcela Bonalumi, alguns estudos sugerem que o uso de pílula anticoncepcional pode ser adotado como método preventivo, pois o número excessivo de ovulações tende a levar ao aparecimento de tumores. “A partir dos resultados, foi possível analisar que o medicamento diminuiu em até 33% o risco de câncer de ovário, seguido por 34% no de endométrio e 19% no de intestino”, explica.

câncer de ovário sintomas

Diagnóstico

Infelizmente, ainda não existe um exame específico para detectar o câncer de ovário, como o Papanicolau consegue diagnosticar o câncer de colo de útero e a mamografia, o câncer de mama.

“Os sintomas da neoplasia podem ser facilmente confundidos com outras doenças. Por isso, caso qualquer um deles apareça, é muito importante procurar ajuda médica o mais rápido possível”, comenta a oncologista.

A partir disso, o médico pode solicitar exames clínicos ginecológicos, laboratoriais e também de imagem, para identificar a presença de ascite ou acúmulo de líquidos, além da extensão da doença em mulheres com suspeita de disseminação intra-abdominal. Se houver suspeita de câncer de ovário, é necessária uma avaliação cirúrgica.

É possível realizar também um Raio-x ou tomografia computadorizada do tórax, com o intuito de analisar derrame pleural, metástases pulmonares ou ainda quaisquer outras alterações.

 

Tratamento do câncer de ovário

Apesar do câncer de ovário ser o tumor ginecológico de maior índice de óbito no mundo, quando diagnosticado precocemente, as chances de cura podem aumentar. “O tratamento irá depender do tipo de estágio do câncer de ovário. Além disso, deve-se levar em conta os desejos da paciente, ou seja, se há a vontade de ter filhos. A partir disso, a cirurgia é o principal tratamento, mas pode significar a retirada unilateral ou bilateral dos ovários. Já no caso da quimioterapia, ela pode ser realizada antes ou depois da cirurgia”, comenta a Dra. Marcela Bonalumi.

Por isso, a oncologista aconselha que a decisão sempre seja tomada junto com o especialista. “O melhor método é aquele com o objetivo de salvar a vida da paciente, mas sem perder de vista os sonhos futuros. Contudo, devemos realizar uma abordagem personalizada para cada caso, pensando não só nas questões físicas, mas também nas emocionais durante todo o processo”, finaliza.