A transferência do terminal de passageiros da área atual para a região do Valongo será feita e dará um novo impulso no processo de revitalização do Centro Histórico. A garantia foi dada pelo secretário nacional de Portos e Transportes Aquaviários, Fabrizio Pierdomênico.
“Nós vamos ter um novo cartão postal na cidade, um novo terminal de passageiros moderníssimo, do nível ao de Miami e os da Europa. Vai ser prazeroso para o cruzeirista e também será um ponto de referência. As pessoas vão fazer turismo para ver o terminal, os navios de cruzeiro. A ideia é que o estacionamento fique em frente ao Museu Pelé. Então a pessoa que vem do interior poderá deixar o carro e visitar o museu e outras atrações do centro”, disse, em entrevista ao OrlaPlay.
O projeto prevê a implantação de um terminal ao lado da área onde a Prefeitura vai construir o Parque Valongo, um espaço público nas áreas dos armazéns 4 ao 7. O contrato de arrendamento ao Ecoporto vence em junho de 2023 e não será renovado. A empresa está ciente disso desde março de 2021.
“Nós temos que definir a parte burocrática, exige uma série de ações inclusive passar pelo Tribunal de Contas da União (TCU), para começar a obra antes de 2024. Em algum momento de 2026, vamos estar inaugurando o novo terminal. Estou sendo otimista, imaginando que não ter muitos problemas. Mas a meta é na temporada de 2026 o novo terminal já ser uma realidade”.
Túnel
Pierdomênico destacou que o ministro Márcio França vê como prioridade a construção do túnel sob o canal do estuário ligando Santos a Guarujá. Ele afirma que o esforço no momento é atualizar os estudos feitos pela Dersa, que já conta com licenças ambientais, para definir um cronograma de construção. “Parece pouco mas é um ato simbólico. Já está acontecendo”, afirma, lembrando que o ministro determinou que 75% do lucro obtido pela Autoridade Portuária seja reservado para este empreendimento.
“Os estudos atualizados é que vão determinar os prazos da obra. O importante é começar. Uma longa caminhada se começa com um primeiro passo e esse primeiro passo foi dado”, assegura.
Privatização
O secretário nacional de Portos argumenta que manter a autoridade portuária com o poder público é estratégico para o país. “É uma questão de Estado”. Ele cita funções de estado que devem permanecer com o poder público: planejamento, segurança e meio ambiente. “Podemos colocar as demais para a iniciativa privada fazer”, afirma.
Ele acredita que é possível implementar um modelo de gestão que garanta mais agilidade ao Porto de Santos. Ele revela que o modelo de cessão do canal de acesso do Porto de Paranaguá que vem sendo planejado pode ser adaptado para Santos. “É uma modelagem extremamente consistente e ousada”, avalia.
“Quem for concessionário vai ser fiscalizado pela autoridade pública. Algumas questões, como definição do plano de dragagem, continuam na mão da autoridade portuária pública. Em compensação, a iniciativa privada tem toda a velocidade de fazer as contratações necessárias. Eu licito a concessão, daí para frente o dia a dia é o de uma empresa privada, que vai ter a velocidade que o setor público não tem”.
Confira entrevista com Fabrizio Pierdomênico no Orlaplay