Política

Lula deve compor ministério com aliados históricos e novos apoiadores

31/10/2022
Lula deve compor ministério com aliados históricos e novos apoiadores | Jornal da Orla

Aliados históricos e novos apoiadores devem compor a equipe ministerial do terceiro mandado de Luís Inácio Lula Silva como presidente do Brasil.

A principal expectativa é quanto ao escolhido para o Ministério da Fazenda. Um dos mais cotados é o ex-presidente do Banco Central, ex-secretário da Fazenda de São Paulo e ex-presidente do BankBoston, Henrique Meirelles. O nome dele garantiria tranquilidade ao mercado financeiro, industriais e agronegócio, pois seria assegurar um compromisso com a responsabilidade fiscal do governo.

No entanto, Lula já acenou para a possibilidade de o cargo ser ocupado por um político. Entre os nomes especulados está o do ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad.

Apesar de ter sofrido três derrotas eleitorais consecutivas (Prefeitura de São Paulo, em 2016; Presidência da República, em 2018; e Governo do Estado, em 2022), Fernando Haddad goza de grande prestígio dentro do PT, tem a afeição pessoal de Lula e é mestre em Economia pela USP.

Mais ministérios
O novo governo terá mais ministérios do que o atual. Serão resgatadas pastas importantes que havia sido fundidas ou incorporadas a outras na gestão Bolsonaro, como Planejamento e Cultura.

Também serão criados os ministérios de Pequenas Empresas, Igualdade Racial, Segurança, Povos Originários e Cultura. No total, o número de pastas passaria dos atuais 23 para 33.

Vice-presidente atuante
Considerado um avalista de previsibilidade e estabilidade de um terceiro mandato de Lula, o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, deve ocupar um ministério, responsável pela articulação política com o Congresso e representantes do setor produtivo (agronegócio, indústrias e entidades do comércio).

Geraldo Alckmin também pode indicar um nome para um ministério ligado ao Desenvolvimento Regional. Um dos nomes mais comentados, por ser extrememente próximo ao vice-presidente eleito, é o do ex-prefeito de Santos Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), que se elegeu deputado federal.

Gratidão
Outra liderança que deve ser contemplada com um ministério é a senadora Simone Tebet (MDB), que foi candidata a presidente e terminou em terceiro lugar na disputa. Além de um gesto de gratidão pelo apoio no segundo turno, que sinalizou a construção de um amplo arco de alianças em defesa da democracia, a indicação de Tebet também busca facilitar o diálogo do novo governo com segmentos mais conservadores, como o agronegócio. Assim, ela é bem cotada para assumir o Ministério da Agricultura.

Reconhecimento aos apoios
Outros políticos que devem ser lembrados para integrar a equipe ministerial são os deputados estaduais eleitos Marina Silva (Rede), Guilherme Boulos (PSOL) e André Janones. A tendência é Marina voltar a ser a titular do Ministério do Meio Ambiente, mas as pastas a serem oferecidas a Boulos e Janones ainda não foram definidas. Caso optem por permanecerem na Câmara dos Deputados, serão responsáveis por indicar os titulares destes ministérios.

Também deve integrar o primeiro escalão do governo o ex-governador Márcio França (PSB), candidato ao Senado este ano. No entanto, ainda não foi definido qual ministério.

Outras lideranças que devem ser acomodadas no governo são eles, o ex-governador do Piauí Wellington Dias (PT), o atual governador da Bahia, Rui Costa (PT); e Renan Filho (MDB), ex-governador de Alagoas e senador eleito.

Saúde e Educação
Ministérios estratégicos e dotados de orçamentos milionários, Saúde e Educação devem ter como titulares petistas históricos. Para a saúde, é cogitado o deputado federal Alexandre Padilha, que já ocupou o cargo no governo Dilma; para a Educação, é ventilado o nome do ex-governador Ceará Camilo Santana, que se elegeu senador pelo estado.

Outros petistas históricos, e que integram o chamado “núcleo duro” de confiança de Lula, como a senadora Gleisi Hoffmann e o ex-ministro Aloízio Mercadante, devem ocupar postos estratégicos no Palácio do Planalto, como Casa Civil, Ministério do Planejamento ou Secretaria de Governo.

Justiça
Outro ministério estratégico, o Ministério da Justiça tem como candidatos o ex-governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB), que é juiz federal aposentado; o advogado Sílvio Almeida; ou mesmo um nome indicado pelo grupo de advogados Prerrogativas.

Cargos estratégicos
Além de ministérios, Lula deve colocar aliados (ou indicados por eles) em postos estratégicos como diretorias de estatais (em especial a Petrobras), autarquias, fundações e reitorias de universidades. Atualmente, há 10.344 cargos e funções de Direção e Assessoramento Superior (DAS) na Administração Pública Federal.