Saúde

Beach Tennis provoca lesões em 4 de cada 10 praticantes

26/08/2022
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De cada 10 jogadores de beach tennis, quatro apresentam lesões relacionadas ao esporte. É o que aponta um estudo publicado na publicação científica “Physician and Sportsmedicine”. A pesquisa indica que em 48,3% dos casos as lesões ocorreram nos ombros e cotovelos; 43,3% nas pernas e pés e 8,4% na cabeça e tronco.

As lesões nos tendões (tendinopatia) nos ombros e nos cotovelos foram as mais frequentes. Nos membros inferiores os problemas mais prevalentes foram distensões musculares na região da coxa, entorses, luxações e fraturas nos pés e região do tornozelo.

Os pesquisadores identificaram uma alta prevalência de lesões do dedão do pé, como fratura, luxação e entorse. As lesões crônicas são mais prevalentes nos ombros e cotovelos e as agudas nos membros inferiores.

A fisioterapeuta Walkíria Brunetti acredita que o resultado da pesquisa pode refletir o universo de praticantes da modalidade. Ela explica que as atividades realizadas na areia fofa, como no beach tennis, demandam mais energia dos músculos dos membros inferiores para realizar os movimentos, apesar de reduzir o desgaste articular já que a areia absorve parte do impacto. Por outro lado, a sobrecarga muscular é maior no impulso devido ao fato da pessoa “afundar” na areia.

Beach Tennis: lesões em ombros e tornozelos
“Quando a pessoa não tem um bom condicionamento físico, é comum ocorrer a fadiga muscular, ou seja, o músculo se cansa, perde a capacidade de coordenar os movimentos e de contrair com a velocidade de reação correta para proteger a articulação. As consequências são as lesões nos pés, coxas e tornozelo”.

“Durante o salto na areia, a amplitude e a velocidade articular são maiores do que seriam numa superfície dura. O movimento se torna mais complexo para o tornozelo para conduzir o corpo na vertical. A duração da impulsão do corpo é mais longa e o equilíbrio postural demanda uma maior extensão do quadril”, adiciona a fisioterapeuta.

A fisioterapeuta acrescenta que as lesões nos ombros e cotovelos estão relacionadas ao esforço repetitivo dos movimentos para bater e rebater a bola.

A profissional destaca que a modalidade proporciona diversos benefícios ao praticante, mas é preciso ter cautela para evitar problemas. “O beach tennis é um esporte que demanda um bom condicionamento físico. Portanto, pessoas sedentárias que pensam em praticá-lo precisam realizar exames de rotina e investir em atividades ou terapias que melhorem o funcionamento global do sistema musculoesquelético”, alerta Walkíria.

Ela recomenda atividades fisioterápicas como Pilates e Reeducação Postural Global (RPG). “O RPG ajuda a corrigir os vícios de postura e contribui no alongamento global do corpo. Já o Pilates tem benefícios adicionais como fortalecimento muscular, aumento da consciência corporal, equilíbrio, postura e flexibilidade”, finaliza Walkíria.

Benefícios do beach tennis
Além dos benefícios proporcionados também por outras modalidades, o beach tennis oferece benefícios específicos: melhora da coordenação motora, controle muscular propriocepção (capacidade de perceber o corpo no espaço), fortalecimento da musculatura das pernas, glúteo e abdominais, com consequente melhora na estabilidade das articulações. É também um ótimo trabalho aeróbico, com gasto energético relativamente maior do que em terrenos mais duros.

Estudo com atletas profissionais e recreativos
Realizado com 206 jogadores nas Ilha Reunião (território francês no Oceano Índico), o estudo identificou 178 lesões em 92 jogadores (44,7%), o que representou uma incidência de 1,81 lesões por 1000 horas de jogo.
Foram detectadas 77 lesões agudas (23,8% dos jogadores, incidência de 0,78 lesão/1000 h.) e 101 lesões crônicas (30,6% dos jogadores, incidência de 1,03 lesão/1000 h.).

O ombro foi a área mais frequentemente lesionada. As principais lesões de membros superiores foram tendinopatia crônica, enquanto a maioria das lesões agudas ocorreu em membros inferiores. A incidência de epicondilite lateral no cotovelo foi de 0,36 por 1.000 horas de jogo, ou uma prevalência de 4,2%.

A incidência de lesões em jogadores de elite (1,71 lesões/1000 horas de jogo) foi menor do que em atletas amadores (2,04 lesões/1000 horas de jogo). Os jogadores recreativos tiveram mais lesões crônicas.

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