Fronteiras da Ciência

Ubuntu

01/07/2022
Ubuntu | Jornal da Orla

Todos temos sempre algo mais a aprender. Não somos pessoas acabadas às quais nada mais possa ser acrescentado.

É por isso que os que temos “ouvidos de ouvir e olhos de ver” nos encantamos com as pérolas que descobrimos em toda parte.

Quando menos se espera, eis uma preciosidade a se apresentar.

Não foi diferente com um antropólogo que foi à África com o objetivo de estudar usos e costumes tribais. Concluída sua tarefa, aguardava o transporte que o conduziria ao aeroporto, de retorno ao lar.

Observando as crianças que brincavam, resolveu propor uma brincadeira-desafio.

Adquiriu doces variados e os colocou em um cesto, com um belo laço de fita, debaixo de uma árvore.

Aí, chamou as crianças e lhes disse que quando ele gritasse a palavra: “Já”, elas deveriam correr até o cesto.

O vencedor ganharia todas as guloseimas que ele continha.

As crianças se posicionaram na linha demarcatória que ele desenhou no chão e esperaram pelo sinal combinado. Quando ele disse “Já”, elas se deram as mãos e saíram correndo em direção à árvore. Chegando lá, começaram a distribuir os doces entre si e a comerem felizes.

O antropólogo foi ao encontro delas e lhes perguntou por que tinham ido todas juntas se uma só poderia ficar com tudo que havia no cesto e, assim, ganhar muito mais doces.

Elas simplesmente responderam:

-Ubuntu, tio. Como uma de nós poderia ficar feliz se todas as outras estivessem tristes?

[com base em fato narrado por Lia Diskin e na Red. do Momento Espírita]

Ubuntu é uma antiga palavra africana, cujo significado é “humanidade para todos”. Ubuntu também quer dizer “sou o que sou devido ao que todos nós somos”.

Que bela filosofia! Totalmente acorde ao amor ao próximo como a si mesmo, ensinado por Jesus.

Como posso ser feliz tendo tanto se meu irmão padece de fome e frio ou falta de medicamentos?

Por que devo desejar tudo para mim e não deixar nada para meu irmão?

Verifiquemos como, em tantas oportunidades, nós mesmos, na qualidade de pais, incentivamos nossos filhos a apanharem tudo que podem para si.

Basta que recordemos das festinhas, onde são distribuídos brindes e guloseimas.

Alguns pais chegam a entrar na brincadeira para conseguir algo mais para os seus filhos.

Estamos incentivando o egoísmo em detrimento do amor ao próximo, do partilhar, do ficar feliz repartindo com o outro.

Isso é um grande promotor do tudo para mim, sem me importar com o semelhante.

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