Evaldo Stanislau destaca necessidade de imunizar crianças e adolescentes
Diante do aumento do número de casos de covid-19, o infectologista Evaldo Stanislau alerta para os cuidados que precisam ser tomados, principalmente o uso de máscaras em locais fechados ao menor sintoma da doença e por idosos e portadores de doenças crônicas. Esta é uma estratégia para impedir a disseminação do vírus.
Stanislau destaca que, felizmente, os números de casos mais graves e mortes reduziram drasticamente, em comparação com o ano passado (quando chegaram a ser registradas mais de 3 mil mortes num único dia), devido à vacinação dos brasileiros.
“O uso da máscara, se não deve ser obrigatório, deve ser uma recomendação enfática. As pessoas que tiverem sintomas, quando estiverem num local fechado, sem uma renovação de ar adequada, com aglomeração, e se a pessoa tem mais idade ou uma doença crônica que possa representar um risco para Covid-19 grave. Isso precisa ser feito como política de saúde pública”, orienta.
Pandemia não acabou
Segundo ele, o aumento do número de casos no Brasil representa mais um evento “sentinela”, “serve para lembrar que a Covid-19 não acabou. E não acabará enquanto o mundo inteiro não estiver vacinado e nós pararmos de fazer variantes”, explica.
O infectologista reforça a importância da vacinação. “A vacinação plena continuam muito importante sobretudo para evitar as mortes e as internações. Se a gente negligenciar a vacinação como tem acontecido, com muita gente deixando para trás a dose de reforço, num momento em que a gente flexibiliza, surgem novas variantes e o vírus continua circulando é muito provável que a gente tenha de novo aumento de mortes e internações”.
Evaldo Stanislau destaca a importância de as pessoas com vacinação atrasada, o que não tomaram a dose de reforço comparecerem às unidades de saúde. O infectologista alerta que também é fundamental vacinar crianças menores de cinco anos, “já passou da hora”, e também demais crianças e adolescentes. “É muito importante que toda a população esteja plenamente protegida contra as formas graves da doença”.
Outra estratégia fundamental é a testagem em larga escala, com melhor notificação.
Varíola do macaco no Brasil
Stanistau, que é membro da Sociedade Paulista de Infectologia, explica que não há motivo para pânico por conta da varíola do macaco, doença cujo aumento de casos vem se verificando em outros países. “Ela se encontra numa situação que a gente chama de doença que merece atenção e vigilância”.
O especialista explica que a varíola do macaco representa menos risco que a Covid-19, por exemplo. “O mecanismo de transmissão é muito menos eficaz. Além de conhecermos o vírus e a doença, nós também temos um antiviral e vacina para proteger contra a varíola do macaco. O que eu recomendo no momento é que as autoridades sanitárias e nós, médicos, estejamos atentos para fazer os diagnósticos suspeitos e iniciar as medidas de bloqueio”, declara.
Na sua avaliação, é improvável que o Brasil tenha um grande surto de varíola do macaco. “O máximo que vai acontecer são casos isolados ou eventualmente surtos localizados, e a gente tem todas as ferramentas para controlar esta situação, basta usar adequadamente estas ferramentas”, completa.