O mercado de picapes e SUVs vem crescendo cada vez mais. Segundo dados da Federação Brasileira da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), o segmento dos utilitários esportivos registrou 50,79% em janeiro deste ano, totalizando 46.832 unidades emplacadas. Lembrando que esse número conta apenas os automóveis de passeio, deixando picapes e furgões fora dessa conta. Mas como iniciado no texto, o mercado de picapes também tem crescido. No primeiro trimestre de 2021, o mercado de comerciais leves apontou expansão de 18,9%. No mesmo período de 2020, as picapes foram as grandes vedetes, com crescimento de 21,5%.
Não precisamos ver números para saber que esses veículos se tornaram sonho de consumo. Ok. E a maioria desses veículos são 4×4. Até aí tudo bem. Mas aqui entra a minha crítica: o crescimento do “trilheiro Nutella”. Sim, porque as vendas desses utilitários só crescem, e a maioria deles com tração 4X4, só que a grande maioria desses carros não sai da cidade, a tração quase nunca é ou foi ligada. Boa parte desses utilitários nunca viram e nem vão ver lama, barro ou uma trilha de verdade. Então por que investir em uma tecnologia que não vai usar?
A única conclusão que eu chego é que o “trilheiro Nutella” só quer mesmo é mostrar que tem um utilitário, que de vez em quando pega uma estrada de terra, mas terra batida e seca, sem lama, vai passear e quase nem suja o carro. Off-road de verdade, off-road raiz sabe e usa a tração, coloca o carro na lama, sem medo, manja de mecânica e adora se sujar. E posso afirmar: são muito felizes, ao chegar em casa depois de uma trilha, cansados, sujos, mas satisfeitos por terem vencido mais um desafio.
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