A exatos 184,7 metros acima do nível do mar, a Vila Progresso completa mais um ano nesta terça-feira (15/3). Já são 56 anos em que o ar interiorano e os ventos mais frescos fazem parte do cotidiano daqueles que desafiaram as leis da natureza e decidiram habitar o ponto mais alto do Morro da Nova Cintra.
Movidos por um desastre natural, os primeiros moradores do bairro chegaram em 1966, após um deslizamento no Morro do Jabaquara, que exigiu a procura por um novo local para chamar de ‘lar’. Descendentes de portugueses que já habitavam outras partes do morro e imigrantes nordestinos que buscavam uma condição de vida melhor se juntaram e ergueram, então, o povoado que apelidaram de Vila Progresso, em referência à união dos povos em mutirões que visavam o crescimento do bairro.
Antes da nomenclatura que perdura até os dias atuais, a região também carregou o nome de ‘Balança Saia’, em razão das subidas íngremes e dos ventos fortes e frios que atingem a vila em razão da altitude. Lá em cima, a temperatura está sempre dois graus abaixo do restante da Cidade, o que faz da localidade o bairro mais frio, ou menos quente, de Santos.
Antes ocupado apenas por bananais e vegetação típica da Mata Atlântica, o bairro possui, hoje, cerca de 470 imóveis residenciais, onde vivem aproximadamente quatro mil pessoas. Na vila, estão situadas duas escolas, uma municipal e uma estadual, uma policlínica e uma Vila Criativa, que possui uma quadra poliesportiva e o primeiro cinema público da região dos morros.
São mais de 160 mil m² habitados por vizinhos que se conhecem há décadas, crianças que brincam em cada canto e se reúnem, ao fim da tarde, com os mais velhos na Praça do Céu, que serve de mirante para o restante da Cidade, agraciando os olhos com uma vista privilegiada do pôr do sol e do vai e vem de navios no Porto de Santos.