Arquiteto Bruno Moraes tira principais dúvidas sobre aquecedor a gás
Com a chegada dos dias mais frios do ano, a procura pelos aquecedores a gás tende a aumentar. Seja em chuveiros ou torneiras, estes aparelhos tornam as tarefas diárias que envolvem água muito mais confortáveis durante os dias gelados. Mas não basta apenas escolher o aparelho certo, de acordo com o consumo familiar, é necessário também acertar na instalação e manutenção. Para contribuir com o assunto, o arquiteto Bruno Moraes traz recomendações importantes.
As 6 principais vantagens
1- Economia: Os aquecedores a gás tendem a ser mais econômicos que os modelos elétricos.
2- Multiuso: Os aquecedores a gás fornecem a possibilidade de aquecer diversos pontos da casa, como torneira e chuveiros.
3- Disponibilidade e Variedade: Com o crescimento do aparelho no Brasil, é fácil achar diversos modelos e marcas, com a vantagem de manutenção nacional.
4 – Vida útil longa: Os aquecedores a gás chegam a apresentar durabilidade de cerca de 15 anos.
5 – Segurança: Diversos modelos contam com o sistema “corta-gás” que previne vazamentos.
6 – Selo CONPET: O selo CONPET é o equivalente ao selo Procel dos equipamentos eletrônicos mas para equipamentos que consomem derivados do petróleo ou gás natural. O selo garante que seu aparelho é o mais eficiente possível, consumindo menos gás e entregando boa qualidade.
Modelos mais comuns
Atualmente, o modelo mais usado é o de aquecimento de passagem, que pode ser visto na maioria dos apartamentos já que costuma ocupar pouco espaço físico. Instalado na parede, leva esse nome porque a água é aquecida quando passa pelo aparelho. “Alguns clientes não gostam muito desse modelo, pois há um desperdício de água em razão dela demorar mais para esquentar. A gente acaba desperdiçando a água fria desde o momento em que o registro é aberto até ela finalmente aquecer”, conta o arquiteto.
O outro modelo, o de acumulação, esquenta mais rápido. Entretanto, é necessário ter um maior espaço físico para instalar esse sistema, pois ele requer um boiler, um tipo de reservatório que esquenta a água acumulada ali antes de sair direto para a pia ou chuveiro.
Em ambos os sistemas é necessário verificar se o abastecimento da edificação é de Gás Natural ou GLP para definir a entrada do aquecedor.
Instalação sem segredos
A instalação é muito rápida, podendo ser realizada em um único dia, desde que toda a infraestrutura esteja pronta. Segundo Bruno Moraes, o ideal é instalar em uma data próxima da entrega da obra, pois se for preciso trocar o revestimento onde o aquecedor for instalado, isso precisará ser feito antes. “Como se trata de um item delicado, que pode arranhar durante a obra, preferimos colocar o aquecedor juntamente com os eletrodomésticos, em uma fase que não tenha mais quebra-quebra”, comenta o arquiteto.
Para a instalação, é recomendado a contratação de profissionais ou empresas qualificadas. Convém que eles tenham treinamento específico pelo fabricante para que não haja o perigo de perder a garantia em razão de instalação por equipe não credenciada.“Um erro que pode acontecer é inverter a mangueira de água com a de gás. Os aquecedores vêm com estas mangueiras etiquetadas, justamente para não confundir, mas mesmo assim isso pode acontecer e gerar um prejuízo enorme tanto para o morador como o condomínio”, explica Bruno.
Dicas Importantes
Antes de comprar o modelo de aquecedor é importante verificar se o prédio vai fornecer tudo que for necessário para executar a instalação. Também vale conferir se a cidade da moradia tem manutenção para a marca que será adquirida. Além disso, sempre compre modelos e marcas autorizadas pelo INMETRO.
Não deixe a temperatura do aquecedor muito alta para não ter que misturar o registro de pressão do chuveiro de água quente com o de água gelada. Dessa forma, há um gasto maior de gás para conseguir esquentar essa “mistura”, que está acima da temperatura ideal. O aconselhável é baixar o aquecedor para uma temperatura mais agradável. O resultado será mais economia de gás e de dinheiro.
Pontos de aquecimento
As dimensões do aquecedor devem ser escolhidas de acordo com a quantidade de pontos de água quente que os moradores irão desejar. Quanto mais pontos, maior e mais potente terá de ser esse aparelho, seja ele de passagem ou de acumulação. Também deverá ser levado em conta se alguns desses pontos serão utilizados simultaneamente, pois isso vai influenciar nas dimensões do aquecedor. “No banheiro você pode ter uma torneira com água quente na cuba e outro ponto no chuveiro, mas será que vai utilizá-los ao mesmo tempo? Se a resposta for negativa, é possível ter um aquecedor com menor potência”, sugere Bruno.
Também é necessário considerar a vazão de seus metais como duchas e torneiras na hora de comprar o aquecedor. “Por exemplo, se temos duas duchas de 13 litros de vazão de água cada, somando a utilização das duas ao mesmo tempo, vamos precisar de um aquecedor com uma vazão mínima acima de 26 litros por minuto. Se o morador não souber dimensionar corretamente o aquecedor, o fabricante, o arquiteto ou o instalador poderão dar esse suporte”, indica Bruno Moraes.
No caso de um aquecedor menos potente do que o necessário, um dos problemas é que a água pode não chegar com o aquecimento adequado em todos os pontos. “Se o aquecedor for para dois pontos e interligarmos três, que serão abertos ao mesmo tempo, o aparelho irá distribuir a vazão de água quente para mais locais, então não terá a mesma eficiência, e como resultado a água chegará morna ou fria”, exemplifica o profissional.
Ajuda profissional
Se você ainda não tem um ponto de gás em casa, o escritório de arquitetura de Bruno pode contribuir para essa tarefa. “Ajudamos os clientes quando precisamos executar na obra um ponto de gás, ou criar mais pontos. Além de ajudarmos a dimensionar o equipamento, vamos verificar um local adequado para instalação, com ventilação. Muitos clientes gostam de escondê-lo, mas para isso precisamos analisar vários fatores durante o projeto, como por onde podemos fazer a ventilação na marcenaria, se vamos trabalhar com um móvel ripado, se a porta que divide a cozinha com a área de serviço está bloqueando um futuro vazamento de gás, entre outras questões”, alerta Bruno.
De olho na manutenção
Em caso de problemas ou manutenção periódica, Bruno recomenda buscar uma assistência técnica credenciada pelo fabricante para não ter imprevistos ou problemas com a garantia. Em relação a limpeza externa, é imprescindível desligas o registro do gás assim como o aparelho da tomada ou remover a pilha.
Segurança no dia a dia
Durante a exaustão, o duto que liga o aquecedor ao lado externo, assim como a mangueira do gás não pode ter nenhuma perfuração. Caso seja notada alguma perfuração, feche imediatamente o registro e chame a assistência técnica com urgência. O gás é muito nocivo à nossa saúde e pode ser mortal. “O gás em estado natural não tem cheiro, o cheiro é acrescido pela concessionária justamente pelo perigo de inalarmos o gás, portanto eles exigem que acrescentem o cheiro para que seja possível identificar um vazamento”, exemplifica Bruno.
O local onde está instalado o aquecedor precisa ser ventilado, é por isso, que nos edifícios, eles entregam uma grelha instalada na parede da lavanderia que faz a interligação com o lado externo. Essa ventilação não pode ser algo que corra o risco de alguém esquecer fechada, ela precisa estar sempre aberta em um caso de vazamento.
“Quando o aquecedor fica na cozinha, nós interligamos uma exaustão forçada para área de serviço, que também tem uma ventilação para área externa. Essa ventilação precisa ser muito bem planejada e não pode ter falhas, pois envolve riscos para saúde e a vida dos ocupantes da edificação caso encontre um vazamento de gás ou no duto que recolhe a queima dele”, conclui.
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