Naquela manhã, Alice acordou cansada. Os problemas de saúde se agravavam e os medicamentos não estavam conseguindo diminuir os sintomas.
As olheiras e a palidez denunciavam o quanto estava debilitada.
Mesmo se sentindo mal, agradeceu a Deus por estar viva, por ter uma casa e uma família.
E pensou: “por mais que eu esteja debilitada, ainda posso fazer algo para ajudar alguém, fazer alguém sorrir, ficar feliz”.
Mais tarde, foi a um posto de saúde para tomar um medicamento na veia, procedimento que só é feito em hospitais ou unidades de saúde.
O lugar estava bastante cheio.
Alice fez a ficha e aguardou.
Quando chegou sua vez, foi levada a uma sala, sentou-se e observou a enfermeira que providenciava a aplicação. Notou que ela também tinha olheiras e parecia cansada e abatida.
Pacientemente, Alice ficou recebendo o medicamento, enquanto observava o ir e vir de pacientes.
Alguns chegavam nervosos e mal falavam. Outros vinham mais tranquilos. Havia também os que demonstravam grande irritação com a demora e eram ríspidos.
A todos a enfermeira recebia com serenidade. Explicava os protocolos e executava sua tarefa.
De quando em quando, ela se aproximava e perguntava sorrindo:
-Como está se sentindo? Precisa de algo?
Alice ouviu trechos da conversa entre ela e uma colega e foi compreendendo seu abatimento. Estava com sérios problemas em casa.
Mesmo assim, recebia e atendia com gentileza a todos.
No retorno para casa, teve uma ideia. Resolveu telefonar para o Órgão responsável pela administração dos postos de saúde e disse que gostaria de registrar um agradecimento.
Como? – Perguntou, confusa, a moça que a atendeu.
-Quero registrar um elogio e um agradecimento.
Diante do silêncio da atendente, Alice explicou a forma gentil com que fora tratada no posto de saúde e reiterou o desejo de deixar registrado seu agradecimento à pessoa que a havia atendido.
Fez então um registro sobre a forma educada, eficiente e gentil com que aquela enfermeira a havia atendido.
O elogio foi repassado à profissional naquele mesmo dia. Ela se emocionou e chorou, pois realmente estava num período muito difícil de sua vida. Aquele gesto foi como um abraço carinhoso depois de muitas pancadas.
E assim Alice fez alguém feliz naquele dia.
[Com base na Redação do Momento Espírita]
Por mais tristes, cansados, nervosos ou preocupados que estejamos, sempre podemos fazer algo para deixar alguém feliz.
…
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