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Pandemia atrapalha diagnósticos de câncer de mama

02/10/2021
Pandemia atrapalha diagnósticos de câncer de mama | Jornal da Orla

A pandemia fez cair o número de casos confirmados de câncer de mama no Brasil. Mas isso está longe de ser uma boa notícia. Ao contrário. O que aconteceu foi a redução do número de consultas, mamografias e biópsias: muitas mulheres têm a doença mas não sabem.

É o que revela estudo da mastologista Jordana Bessa, baseada em dados do DataSus. Em comparação a 2019, o número de mamografias caiu pela metade e houve redução de 39% na quantidade de biópsias. 

Outro dado reforça este cenário preocupante: pesquisa do Ibope revela que 62% das mulheres estão esperando a pandemia acabar para retomar as consultas médicas e os exames de rotina para detecção do câncer de mama.

O número de mamografias realizadas na rede pública em mulheres entre 50 e 69 anos caiu de 1.948.471 (em 2019) para 1.126.688 (2020). Este diferença de 800 mil exames que deixaram de ser realizados significam cerca de 4 mil casos de câncer de mama não diagnosticados — para cada mil exames, 5 dão positivo para a doença. 

A Sociedade Brasileira de Oncologia recomenda fortemente que as mulheres façam o exame, obedecendo as orientações de segurança sanitária (uso de máscara, distanciamento, higiene da mãos etc). Quanto mais cedo houver o diagnóstico, maiores são as chances de cura.

Sinais e Sintomas do Câncer de Mama
Os sinais e sintomas do câncer podem variar, e algumas mulheres que têm câncer podem não apresentar nenhum desses sinais e sintomas. De qualquer maneira, é recomendável que a mulher conheça suas mamas, e saiba reconhecer alterações para poder alertar o médico.

A melhor época do mês para o autoexame é alguns dias após a menstruação, quando as mamas estão menos inchadas. Para as mulheres que já passaram a menopausa, em qualquer época do mês.

O sintoma mais comum do câncer de mama é o aparecimento de um nódulo ou massa. É muito provável que um nódulo sólido, indolor e com bordas irregulares seja um tumor maligno, mas os cânceres de mama podem ser sensíveis ao toque, macios ou redondos. 

FIQUE ATENTA!
• Inchaço de toda ou parte de uma mama (mesmo que não se sinta um nódulo).
• Nódulo único endurecido.
• Irritação ou abaulamento de uma parte da mama.
• Dor na mama ou mamilo.
• Inversão do mamilo.
• Eritema (vermelhidão) na pele.
• Edema (inchaço) da pele.
• Espessamento ou retração da pele ou do mamilo.
• Secreção sanguinolenta ou serosa pelos mamilos.
• Linfonodos aumentados

 

Prevenção
Alguns hábitos ajudam a reduzir o risco de câncer de mama: alimentação rica em fibras (legumes, grãos, frutas e verduras todos os dias); não fumar; consumir bebidas alcoólicas moderadamente; praticar exercícios físicos rotineiramente; evitar sobrepeso.

 

Tratamento depende do tipo de câncer de mama
A maneira mais eficaz para combater a doença depende do tipo de câncer de mama e também das características da mulher (idade, quadro clínico, histórico familiar etc). 

O tipo de câncer de mama é determinado pelas células específicas da mama afetadas. A maioria dos cânceres de mama são carcinomas, que são tumores que começam nas células epiteliais que revestem órgãos e tecidos do corpo. Quando os carcinomas se formam na mama, geralmente são um tipo específico denominado adenocarcinoma, que começa nas células de um ducto mamário ou nas glândulas produtoras de leite (lóbulos). 

A terapia mais utilizada é a quimioterapia, que ao longo dos anos vem evoluindo bastante, provocando menos reações adversas e com menor tempo de duração. Outras estratégias são a radioterapia e os tratamentos sistêmicos, que englobam quimioterapia, hormonioterapia, terapias-alvo e imunoterapia.

Quando a doença encontra-se em estágio ameaçador, é feita a cirurgia para retirada total ou parcial da mama. Estes procedimentos também se tornaram cada vez menos mutiladores. Em muitos casos, a reconstrução da mama é feita simultaneamente. 

 

Câncer de mama in situ e Câncer de mama invasivo
O tipo de câncer de mama também pode se referir se o câncer se disseminou ou não. O câncer de mama in situ é um câncer que começa no ducto de leite e não cresce no restante do tecido mamário. O termo câncer de mama invasivo (ou infiltrante) é usado para descrever qualquer tipo de câncer de mama que se disseminou no tecido mamário circundante.

• Carcinoma ductal in situ (DCIS). Também conhecido como carcinoma intraductal é considerado não invasivo ou câncer de mama pré-invasivo.

 • Câncer de mama invasivo. O câncer de mama invasivo (ou infiltrante) é aquele que se disseminou pelo tecido mamário adjacente. Os tipos mais comuns são o carcinoma ductal invasivo e carcinoma lobular invasivo. O carcinoma ductal invasivo representa entre 70 a 80% de todos os cânceres de mama.

 

Tipos especiais de câncer de mama invasivo
Alguns cânceres de mama invasivos têm características especiais ou se desenvolvem de maneiras diferentes que afetam seu tratamento e prognóstico. Esses cânceres são menos comuns, mas podem ser mais graves do que outros tipos de câncer de mama.

• Câncer de mama triplo negativo. O câncer de mama triplo negativo é um tipo agressivo de câncer de mama invasivo, representa cerca de 15% dos cânceres de mama. É um câncer difícil de ser tratado. 

• Câncer de Mama Inflamatório. O câncer de mama inflamatório é um tipo raro de câncer de mama invasivo, que representa de 1 a 5% dos cânceres de mama.

 

Tipos menos comuns de câncer de mama
Existem outros tipos de câncer de mama que afetam outros tipos de células na mama. Esses cânceres são muito menos comuns e às vezes precisam de diferentes tipos de tratamento.

• Doença de Paget. A doença de Paget começa nos dutos mamários e se dissemina para a pele do mamilo e para a aréola. É raro, representando de 1 a 3% dos casos de câncer de mama.

 • Angiossarcoma. Os sarcomas da mama são raros, representando menos de 1% dos cânceres de mama. O angiossarcoma começa nas células que revestem os vasos sanguíneos ou linfáticos. Pode envolver o tecido mamário ou a pele da mama. Alguns podem estar relacionados ao tratamento radioterápico prévio dessa região.

• Tumor Filoide. É um tipo de tumor de mama muito raro, que se desenvolve no tecido conjuntivo (estroma), em contraste com os carcinomas, que se desenvolvem nos ductos ou lóbulos. A maioria é benigna, mas existem outras que são malignas (câncer).