Atleta da Fupes faz história e conquista o ouro no taekwondo nos Jogos Paralímpicos
02/09/2021Na manhã desta quinta-feira (2), mais um atleta da Fundação Pró-Esporte de Santos (Fupes) brilhou nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, no Japão. Dessa vez foi o jovem Nathan Torquato, 20 anos, que garantiu a medalha no taekwondo, na categoria até 61 quilos da classe K44 (atletas com limitações de apenas um lado do corpo).
Além da medalha de ouro, Nathan também entra para a história como o primeiro campeão paralímpico da modalidade, já que o taekwondo está estreando na competição. Um feito inesquecível do lutador que nasceu em Praia Grande, mas foi adotado por Santos, onde encontrou apoio e estrutura para chegar ao topo do mundo, sendo orientado pelo técnico da Fupes, Rodney Saraiva.
O CAMINHO PARA O OURO
Nathan estreou contra Parfait Hakizimana, atleta de Burundi que compete pelo Time de Refugiados, e venceu por 27 a 4. Na sequência, enfrentou o japonês Mitsuya Tanaka por 58 a 24, e avançou para a semifinal.
Na fase seguinte, encarou o italiano Antonino Bossolo e, em uma luta mais equilibrada, triunfou por 37 a 34. Na final, deveria encarar Mohamed Elzayat, do Egito. O adversário até tentou voltar após sofrer um golpe irregular na semi, mas não teve condições e o brasileiro foi declarado campeão.
A CARREIRA DE NATHAN
Ao contrário da história de muitos paratletas, o esporte entrou na vida de Nathan quando tinha apenas três anos. Ele, que nasceu com malformação congênita no braço esquerdo, conheceu o taekwondo por acaso e logo se apaixonou.
O talento e a determinação superaram qualquer deficiência e logo ele se destacou no taekwondo convencional, se tornando o líder do ranking brasileiro na sua categoria e garantindo vaga para o Mundial de Cadetes no Azerbaijão. E foi aí que sofreu a sua maior decepção no esporte. Após fazer apresentações no semáforo para arrecadar dinheiro para viagem, ele foi impedido de lutar no Mundial, por ter uma deficiência. Nunca um paratleta tinha chegado tão longe.
A partir de 2017, Nathan começou a brilhar no circuito paralímpico. Foram sequências de campeonatos brasileiro, Parapan-Americanos, além do ouro no Open do Egito, de Las Vegas, da Austrália, dos Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru e de Cancun, no México, neste ano.