EUSTÁZIO ALVES PEREIRA FILHO é psicoterapeuta especializado na dependência pelo uso de drogas, como a bebida alcóolica, tabaco e compulsões pós-modernas, como jogos, sexo, internet e outras. Está presidente da Academia Santista de Letras e, a partir deste ano, ocupa uma cadeira no Comitê sobre Drogas, na ONU, sediado em Viena, na Áustria, representando o Brasil, com mais duas convidadas. Recentemente, lançou o livro “Em tempo de Psicologia”.
– Qual o público alvo que você quer alcançar com o livro?
O público em geral. O “Em tempo de Psicologia” contém orientações para os pais, jovens, professores sobre temas de comportamento. A pandemia me ajudou, porque pude escrever o livro, também com a minha auto biografia.
– Me fale sobre o objetivo do Comitê de Regulação do Álcool (CRA), do qual você faz parte.
O objetivo do Comitê é estimular uma atuação conjunta de vários setores da sociedade para modernizar a política do álcool no Brasil, a exemplo de outros países, como os Estados Unidos, onde é proibido o consumo da bebida alcoólica em público, mesmo para os turistas. Lá, álcool é visto como droga.
– Há um projeto nesse sentido, não é mesmo?
Sim, um projeto que será enviado ao Congresso Nacional com essa finalidade. A deputada Rosana Valle está nos auxiliando bastante. Na América Latina o primeiro país a proibir beber em público foi o Chile.
– Os jovens estão começando a beber cada vez mais cedo. Como previnir que isso aconteça?
A forma mais fácil de previnir é distanciá-los do primeiro uso, começando em casa. Os jovens que não consumirem até 19 anos, em 90% não seguirão para a compulsão.
– Então, tudo começa pelo álcool?
O álcool escancara as portas. Ninguém começa pela maconha, cocaína ou pelo craque.
– Hoje, qual o percentual de menores que consomem bebida alcoólica?
Na última década, houve uma alteração de 20% para 25%, mais as meninas do que os meninos.
– No tabaco, houve uma redução de 35% para 9% de brasileiros fumantes. Na pandemia, houve maior consumo de drogas?
No primeiro momento, quando tudo fechou, houve um impacto na diminuição das drogas. Em contrapartida, o álcool disparou. As pessoas ficaram em casa e há um modelo muito difícil de descontrole de adultos, imitado pelo jovens.
O VAI E VEM DA VIDA!
A ordem natural da vida é um eterno perde e ganha e um constante vai e vem de bons ou maus acontecimentos. Com isso, vivemos sempre nos arriscando e precisando ter muita coragem para superarmos as terríveis fases que nos são impostas. A atual é uma delas.
Seria bom esquecermos os “nãos” que levamos, esquecermos os amores que perdemos, as amizades que se foram, os momentos que o passado insiste em guardar, enfim, esquecermos cada fase vivida. A atual é uma delas.
Será que continuaremos fortes o suficiente para suportarmos esse vai e vem de amarguras, doenças, de tanta gente morrendo, desemprego, corrupção, desatinos de alguns governantes e também a insensatez de membros de outros “poderes?”
O tempo, esse amigo fiel e implacável nos dirá.
Por ora, o que se apresenta é inovarmos os papéis que existem em nossa rotina e mudarmos quantas vezes forem necessárias, aceitando e nos habituando às fases de vai e vem que nos impõem. Está é uma delas.
Se nós, os adultos, sentimos não poder festejar a data mais importante de nossas vidas, o dia que nascemos, imaginemos as crianças que aguardam o ano inteiro para comemorarem com os amiguinhos.
Agora não dá, infelizmente! Porém, é imprescindível apagarmos as velinhas… é o momento de homenagearmos e agradecermos a vida.
Assim, fizeram estes aniversariantes, não importando se com a família ou on-line.