Atire a primeira pedra quem nunca pensou na Física como uma disciplina difícil. Provavelmente, excetuando estudantes que têm aptidão com a área de Exatas, os demais ficam totalmente ressabiados quando se deparam com fórmulas, conceitos e teorias.
A pressão aumenta quando acertar exercícios de Física é essencial para a aprovação em um vestibular ou para progredir na graduação universitária. Mas não basta decorar. O caminho é desenvolver o raciocínio para que o estudante compreenda o fenômeno e, desta forma, saiba como resolver os problemas e as questões.
Sem tabu
A Física é uma ciência que estuda a natureza. De acordo com o Dicionário de Oxford, é a "ciência que investiga as leis do universo no que diz respeito à matéria e à energia, que são seus constituintes, e suas interações".
No entanto, a fama negativa antecede até mesmo o contato do aluno com a disciplina, como ressalta o coordenador de Conteúdo do Responde Aí, Jorge Alberto Santos. “É muito comum ouvir, desde o ensino médio, que a Física é um bicho de sete cabeças. Muitas vezes, isso ocorre pela quantidade de assuntos que a matéria apresenta, e, assim como outras matérias de Exatas, pela quantidade de fórmulas e equações que o aluno precisa aprender.”
Se o contato começar de forma errada, pode comprometer a formação da base do conhecimento que será cobrado mais adiante. “Isso faz com que o aluno não consiga enxergar a importância do que se está estudando. A física está presente em quase tudo que vemos no nosso cotidiano: desde a energia elétrica que chega em nossas casas, até o movimento de carros, ônibus e aviões”, explica Santos.
O papel dos professores
Segundo o coordenador de Conteúdo, cabe aos educadores encontrarem e indicarem caminhos para romper o bloqueio por parte dos alunos. “É muito comum, tanto na faculdade quanto na escola, que os professores acabem focando muito mais na teoria do que na prática, trazendo poucos exemplos e aplicações. Por mais que pareça complicada, com várias fórmulas, conceitos e equações, a física está mais presente no nosso dia a dia do que imaginamos.”
Ao empurrar um sofá ou móvel na faxina, ao colocar a roupa no varal e torcer para ventar e ao tentar manter equilíbrio quando se está em pé no ônibus, as pessoas nem se dão conta de que estão colocando a Física em prática. Por isso, a dica é mostrar que ela vai além da teoria.
“A melhor forma de despertar interesse e amor pelo que se está estudando, é mostrando o porquê das coisas. Quando o aluno entende o motivo de estudar algo, a chance de criar interesse pelo assunto é muito maior. Fazer experimentos em sala de aula, trazer vídeos ou filmes, e não apenas apresentar fórmulas e equações. Quando se entende o que está por trás das fórmulas, fica muito mais fácil de entendê-las”, ressalta Santos.
Superando o medo
Para não ficar congelado por cisma ou temor da Física, tem que agir. Por isso, o estudante pode criar uma estratégia pessoal para evoluir no aprendizado. A primeira delas é melhorar a base na Matemática, necessária para resolver os problemas na Física. Outra ideia boa é esquecer a decoreba e priorizar o entendimento. A compreensão é a chave para aprender, desde o momento da interpretação dos enunciados até a resolução dos problemas.
Para isso, é preciso estudar diariamente. Não há como aprender Física sem prática e pode ficar ainda mais difícil se o conteúdo acumular. Estabelecer uma rotina, dividir o aprendizado por partes e procurar esclarecer dúvidas facilitam o entendimento dos conceitos de uma forma natural e sem pressão.