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O velho e o mar

27/01/2021
O velho e o mar | Jornal da Orla

Esta é a pequenina estória de um velho e solitário pescador. Tão velho que tudo o que nele existia era antigo, exceto os olhos, indomáveis, alegres e da cor do mar. Tão solitário que tirou da parede a fotografia da esposa porque se sentia muito só ao olhá-la todos os dias.  Este é o livro que, mais do que se tornar um best-seller em todo o mundo, deu o Prêmio Nobel a Ernest Hemingway.

 

A crítica especializada é forte em apontar O velho e o mar como uma obra-prima. Coisa de mestre: um estilo em que substantivos e verbos prevalecem sobre adjetivos, muito contido e econômico, sem excessos emotivos. E, não obstante todos estes característicos, Hemingway atinge a ternura no âmago e esmiúça a dor de tal forma que o leitor, ao fechar o livro, decerto ficará comovido.

 

O enredo é simples. Santiago, o velho pescador, encontra-se numa maré de azar. O garoto que o ajuda – e o arco de amizade entre eles é uma das belezas do livro – foi obrigado pelos pais a abandonar o velho para buscar barcos mais promissores. Mas é quando Santiago embarca em total solidão que se estabelece a poderosa relação entre homem e peixe, com o desencadeamento do fluxo de consciência do pescador em meio às intempéries marítimas. E aí sentimos o brutal talento deste homem, uma alma profunda e perturbada que influenciou uma geração inteira de escritores mundo afora.

 

Hemingway suicidou-se em 1961.

Motivos para ler:

1– Ernest Hemingway publicou O velho e o mar em 1952. Dois anos depois foi laureado com o Prêmio Nobel de Literatura, e a Academia Sueca justificou a honraria citando este livro. Vida louca essa de Hemingway. Nascido nos EUA, alistou-se na Cruz Vermelha e lutou na 1ª Guerra, ocasião em que foi gravemente ferido. Condecorado como herói, dedicou-se ao jornalismo até resolver morar em Paris, onde se embrenhou no pujante caldo cultural da época. No fim, morou em Cuba por 22 anos, às margens do mar do Caribe. Sua casa cubana, apelidada de Finca Vigia, tornou-se um museu;

 

2– O livro foi adaptado para uma animação de mesmo nome e, assim como a obra original, também obteve enorme sucesso: ganhou o Oscar de melhor curta-animação em 2000. Cada quadrante de cena foi feito à mão, utilizando-se uma técnica de pintura com óleo sobre vidro. O efeito final é belíssimo, confira!;

 

3– O velho e o mar suscita interessantes questões sobre o valor e a decadência da idade, sobre a força de espírito daquele que sabe se portar com igual dignidade perante o triunfo e a derrota, sobre a grandeza na simplicidade de todas as coisas. Possivelmente foram estes valores que fizeram deste livro um clássico para sempre.

 

 

 

 

 

 

 


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