Por mais que a formação teórica seja excelente, é botando a mão na massa que o jornalista vai se tornar um grande profissional. Ao longo de décadas, jovens talentosos passaram pela Redação do Jornal da Orla, onde a experiência foi de mão dupla: ao mesmo tempo que aprendiam na prática e ganhavam experiência, também ofereciam novas e visões de mundo e contagiavam com o entusiasmo. Mais do que uma relação profissional, estabeleceram uma relação afetiva que perdura até hoje.
“Um lugar acolhedor, onde eu era ouvida e respeitada”
A menina de 18 anos que acompanhava tudo o que se passava na redação do Jornal da Orla de olhos arregalados e ouvidos atentos hoje enfrenta novos desafios profissionais. Coordenadora de Comunicação da Natura, a jornalista Maria Clara Póvia guarda boas recordações da época em que atuou como estagiária.
Qual a primeira recordação que lhe vem à cabeça quando pensa na época em que trabalhou no Jornal da Orla?
Maria Clara Póvia- Sempre que penso no Jornal da Orla lembro de um lugar muito acolhedor. Eu era supernovinha, ia trabalhar de bicicleta, bem estagiária, mesmo! Mas, apesar de ser foca de tudo, lembro de sentir que tinha meu espaço, que eu era ouvida e respeitada. Tanto que fiquei por quatro anos na redação, e até ganhei, meio que herdei, uma coluna, o que era gigante para uma estagiária.
Qual foi a reportagem mais marcante?
Clara Póvia- Estagiária faz qualquer negócio, né? Faz parte do crescimento, da formação e do desenvolvimento profissional. Mas lembro que fui pautada para uma matéria sobre laudêmio, aquele imposto cobrado nos imóveis em áreas da marinha – um imbróglio sem fim que perdura desde os tempos do império. Não tinha ideia do que isso significava na época, era um assunto chato, burocrático, que não tinha nada a ver comigo. Por outro lado, herdei a coluna de moda e beleza, e também o roteiro cultural. Aí sim, era a minha cara… amava fazer!
Quais os principais ensinamentos que você teve e levou para a sua carreira profissional?
Clara Póvia- Durante meu estágio no Jornal da Orla eu descobri qual caminho gostaria de seguir no jornalismo. Foi lá que eu conheci a Claudia Duarte Cunha, com quem aprendi a amar escrever sobre saúde e beleza. Anos depois, minha carreira seguiu nessa trilha e trabalhei em diversas revistas femininas, sempre nessa editoria.
