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Breves respostas para grandes questões

08/07/2020
Breves respostas para grandes questões | Jornal da Orla

Stephen Hawking deixou este mundo em 2018, depois de passar mais de 50 anos lutando contra sua esclerose degenerativa. Foi daquele tipo de cientista que, para além de projetar sua mente brilhante para o cosmo, soube dialogar muito bem com os leigos. Se você curte ficção científica ou olha para os céus desconfiado do que se passa por lá, vale a pena ler Hawking, Carl Sagan, Neil deGrasse Tyson ou o nosso Marcelo Gleiser. Todos eles conseguem tornar a complexíssima ciência do espaço acessível para nós.

Breves respostas para grandes questões foi seu último livro. Nele, Hawking ensaia pensamentos sobre perguntas intrigantes: Deus existe? Há vida alienígena? O que existe num buraco negro? Podemos prever o futuro? A inteligência artificial vai nos dominar? Suas respostas, algumas chocantes, dão pistas do que vem por aí para a humanidade. Para Hawking não há saída: a Terra está condenada (poluição, efeito estufa, desmatamentos e explosão demográfica), motivo pelo qual devemos imediatamente olhar para as estrelas e traçar planos de colonização do espaço. “Estou convencido de que os humanos precisam deixar a Terra. Se ficarmos, a aniquilação é um risco”.

Aqueles que tiveram o prazer de conviver com Hawking sempre destacam seu espírito criativo e curioso, o talento fenomenal e o bom humor. Eddie Redmayne, ator que o interpretou no filme A Teoria de Tudo, conta no prefácio do livro sua primeira conversa com o cientista: “Sem jeito, decidi conversar com ele sobre a proximidade de nossos aniversários, o que nos fazia ter o mesmo signo. A resposta veio em alguns minutos: “Sou astrônomo. Não astrólogo”. 

Ah sim, uma última informação de utilidade pública para os dias de hoje: Hawking diz que a Terra não é plana.

Motivos para ler:

1 – Os filmes sobre o espaço – indicamos estas duas maravilhas: Contato e Interestelar – normalmente utilizam as teses científicas modernas. A experiência cinematográfica fica muito mais enriquecida quando entendemos, ainda que minimamente, os eventos cosmológicos;

2 – Além do enredo interestelar e seus fenômenos, Hawking também conta sobre sua vida no livro. Uma vida extraordinária do começo ao fim. Sua morte foi muito honrada: enterrado na abadia de Westminster entre seus dois heróis (Isaac Newton e Charles Darwin), teve sua voz disparada por um radiotelescópio na direção de um buraco negro;

3 – O livro é recheado de bons e espirituosos pensamentos, apesar do pessimismo sobre a vida na Terra. É que, na verdade, Hawking não via o abandono de nosso planeta como uma desgraça, ao contrário: “Este não é o fim da história, mas apenas o começo de bilhões de anos de vida florescendo no cosmo”.

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