“As mudanças climáticas são o maior desafio enfrentado pela humanidade!” Essa frase já foi proferida por Ban Ki Moon e Antonio Guterres, respectivamente o predecessor e o atual Secretário Geral das Nações Unidas, Vladimir Putin, Presidente da Rússia, Linda Rudolph, médica norte-americana e uma das principais especialistas do mundo nois estudos de impacto à saúde como resultado das mudanças climáticas…vou parar por aqui pois a lista é extensa.
Não é novidade que as mudanças climáticas são um risco à humanidade. Entretanto, é um problema comumente visto sob a ótica ambiental. Não deixa de ser, mas se observarmos a essência da questão, veremos que seu maior impacto é nas vidas das pessoas, portanto, um problema social acima de tudo.
Alguns dados denotam isso. As mudanças climáticas matam, por ano, aproximadamente 250 mil pessoas no mundo. Até 2020 5 milhões de pessoas já nos deixaram como vítimas da mudança do clima. A organização mundial das migrações estima que até 2050 teremos 1 bilhão de refugiados do clima. Isso vai gerar um atrito social sem precedentes na humanidade. Já está acontecendo.
As recentes ondas de migração do norte da Africa para a Europa, ainda que tenham vetores múltiplos, tem em sua base a mudança climática. Secas prolongadas geram insegurança alimentar que no primeiro momento empurram as pessoas do campo para as cidades, surge o conflito por recursos, inflação, desemprego…a reqboque vem as disputas políticas que em repetidos casos se transformam em movimentos violentos. Em busca de melhores condições de vida as pessoas se matam. Na sequencia, tentam fugir da violência e começam a migrar para outros países, onde supostamente a condição de vida é melhor. De fato, as disputas sociais nos países civilizados, o preconceito e a xenofobia, não deixam nada a desejar à violência dos países de origem.
Todos os problemas descritos acima, foram noticiados ampla e repetidamente nos meios de comunicação nos últimos 3 anos. O fato para reflexão sobre as migrações é que em 2018, 116 mil pessoas migraram para a Europa. Imaginemos se multiplicarmos esse número por 8.600 vezes até 2050, de modo a ter 1 bilhão de refugiados. É uma questão ingerenciável e que resultará num caos humanitário muito pior que as 2 guerras mundiais e a atual pandemia. Evidentemente que não é intenção minimizar o tamanho do problema da pandemia, afinal não sou negacionista e nem acredito que a Terra seja plana, o mote aqui é sinalizar para algo que seja ainda pior do que o que estamos vivenciando…muito pior.
Mas nem tudo está perdido. A humanidade já se organizou para enfrentar problemas ambientais globais e teve êxito. Por exemplo, o combate à depleção da camada de ozonio.
Para enfrentar o desafio é necessário compreendê-lo, na sua essência e estabelecer os mecanismos adequados. Numa econômia global de mercado, a solução passa, necessariamente pela precificação do carbono, isto é, atribuir responsabilidade econômica a quem gera o malefício das emissões. Nem sempre isso é trivial, mas na nossa aula iremos discutir quais métodos estão sendo discutidos pelos economistas e como isso pode assegurar a mitigação efetiva das emissões de gases de efeito estufa. Iremos discutir o tema sem requisitar um engajamento pessoal, ou ideológico da questão, mas de como criar os incentivos que alinhem o combate às mudanças climáticas a ganhos econômicos.
Vejo vocês na 2ª feira.