Nem sempre os produtos com potencial de mudar nossas vidas estão distantes no tempo e no espaço. Se a impressora 3D de refeições que citei na coluna passada talvez pareça uma realidade distante, até porque o preço ainda inclui uma grande parcela de custos de desenvolvimento e não há muitos concorrentes forçando a queda nos valores -, o fato é que em pouco tempo ela tende a se tornar um utensílio doméstico relativamente comum, como a cafeteira expressa, o forno micro-ondas ou a máquina de lavar louça.
Mas esta coluna não pretende se fixar no futuro próximo. Mesmo no presente, na Baixada Santista, existem produtos inovadores que ainda não mereceram a devida atenção dos construtores, decoradores e profissionais de reforma de imóveis. Um deles é a fita condutora de eletricidade, que uma empresa apresenta em várias versões com o nome de Eletrofitas (http://www.eletrofitas.com.br). Pode procurá-las nas principais lojas de materiais elétricos da região.
Imagine a situação de uma reforma de um imóvel antigo, em que é preciso trocar a fiação elétrica mas não dá para passa-la pelos antigos conduítes nem cortar a laje. A solução mais conhecida seria rebaixar o teto, fazendo um forro em gesso acartonado, algo assim. Existem ainda situações em que a pessoa pode querer acrescentar um ponto de luz ou mudar uma tomada elétrica, mas não quer rasgar uma parede para isso, nem deixar a fiação aparente.
Nestes casos, uma eletrofita pode ser a solução. Faz-se uma raspagem na superfície para encaixá-la e em seguida destaca-se o protetor do adesivo para coloca-la, removendo-se bolhas de ar com um martelo de borracha. Em seguida, coloca-se uma tela de fibra de vidro e aplica-se a massa, de forma a que a superfície fique plana, podendo ser colocado o revestimento, e pronto, a fita ficará invisível. Problema resolvido!
Ainda precisa evoluir mais, porém já é útil em vários projetos
Bem, quase. Como explica a designer de interiores Sirley Cruz, o maior problema é que a fita não pode ser dobrada, e pode se danificar se não for bem manipulada. Para os cantos das paredes, é necessário aplicar conectores de uma fita com a fiação normal e novamente desta com a fita da outra superfície. Os conectores também são encontrados nas lojas especializadas.
Ela observa que uma das desvantagens é quando ocorre infiltração na parede, modificando sua resistência e causando fuga de energia. E se houver algum problema numa fase elétrica ou no neutro, será necessário trocar a fita inteira (não é reaproveitável), obrigando ao desmanche de todo o acabamento na parede por onde a fita passa, com custo que pode ficar bem elevado. Também existem limitações quanto à carga elétrica: nem pensar em usá-la com um chuveiro elétrico ou condicionador de ar, por exemplo!
Sirley tem usado o produto na montagem de estandes temporários para exposição de produtos, em que é preferível não quebrar paredes para os ajustes das tomadas. O produto tem facilitado muito seu trabalho e as fitas podem ser bastante adequadas para a instalação de home-theaters e sistemas de alarme ou telefonia, observa.
Fica a dica, válida até a popularização da eletricidade sem fio (wireless, em inglês). Isso não será só para telefones celulares: na Consumer Electronics Show de Los Angeles, em 2011 (!), já foram apresentados inúmeros eletrodomésticos que funcionavam sem estar conectados a uma tomada. Mas isso é assunto para uma nova conversa, em breve…
1 – Amostra de eletrofita e de seu conector com a fiação comum
Foto: CPM
2 – Detalhe da eletrofita mais comum, com duas pistas (750 volts/20 ampères), espessura de 0,5 mm, largura de 60 mm
Foto: CPM
3 – O adaptador da eletrofita à fiação comum
Foto: CPM
4 – A proposta da empresa: simplicidade na instalação
Imagem: site eletrofitas.com.br
5 – A designer de interiores Sirley Cruz usa o produto em mostras de decoração e projetos onde não possa rasgar a parede para a fiação
Foto: CPM