Fiz uma pesquisa entre as lojas mais conceituadas de Santos no setor de equipamentos para cozinha. O produto não está lá, nem há demanda ainda por ele, precisei explicar o que era. Mas ele existe há seis anos e está disponível em 60 países. E pode revolucionar alguns conceitos de arquitetura, design de interiores e até de culinária.
Bem, os leitores já conhecem impressoras 3D, que permitem moldar diversas peças em resina, plástico ou metal. Talvez alguns já usem próteses dentárias produzidas numa impressora assim. E a maioria já provou o café comprado em cápsulas que são encaixadas num equipamento de café expresso. Apertou o botão, o cafezinho está pronto.
Pois é. A novidade no mercado é um equipamento do tamanho de um forno micro-ondas que pode seguir instruções via Internet para combinar ingredientes e “imprimir” um prato de comida pronto para ser levado à mesa. Ou aplicar sua foto à espuma de uma xícara de café… (3D Coffee Ripples – https://www.drinkripples.com/). Em 2016, a Food Ink instalou em Londres um restaurante onde tudo é impresso em 3D (móveis, copos, talheres, alimentação): https://www.youtube.com/watch?v=xk9hNin_sag. Sejam bem-vindos ao mundo 3DFP (3D Food Printers, em inglês)!
Precisaremos de fogões convencionais? Ou mesmo de cozinhas?
Foge ao objetivo desta coluna detalhar as vantagens de tais máquinas e suas crescentes possibilidades. Vale recordar: elas não fabricam alimentos, apenas os preparam, como a máquina de café expresso também só prepara o cafezinho. Se as 3DFPs ainda não são conhecidas na região, logo serão: o preço vai dos US$ 1 mil a US$ 6 mil, conforme a tecnologia usada.
Algumas usam cápsulas prontas com os ingredientes, mas outras (Foodini/Natural Machines – https://www.naturalmachines.com/es/) permitem pegar uma massa de macarrão ou carne e moldar em formatos incríveis. Ou fazem obras de arte com chocolate (Mmuse – https://www.3dprintersonlinestore.com/mmuse). E enquanto esperamos a chegada à Baixada Santista dessa tecnologia em 3D, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts/EUA (MIT) já pesquisa alimentos em 4D… (Curioso? https://selfassemblylab.mit.edu/4d-printing).
Futuro, para pensar – A questão aqui colocada é para arquitetos, engenheiros, construtores e designers de interiores começarem a pensar: se a adega e a churrasqueira já foram para a varanda gourmet, o micro-ondas pode estar na sala, o café expresso no home-teather, como será a demanda pela próxima geração de apartamentos, talvez em pouquíssimos anos?
Os futuros imóveis terão uma cozinha hiperconectada na Internet e controlada por celular? Lembro a propósito que a geladeira que confere o estoque e pode sozinha contatar o supermercado para repor os itens faltantes já existe há 25 anos… Ou a cozinha futura será apenas um canto da sala, com a lavadora de louças e uma estilosa cristaleira do século 19?
Para continuarmos refletindo: uma impressora 3D como a Vulcan (https://www.iconbuild.com/) já faz uma casa pronta para morar em 24 horas. Ou seja: estamos apenas no começo da construção de uma longa história…
Guacamole preparada em impressora 3D da empresa Foodini – Foto: site Natural Machines/Foodini
Cookies produzidos em equipamento da Foodini- Foto: site Natural Machines/Foodini
Flocos de neve em creme de queijo, preparados em impressora Foodini – Foto: site Natural Machines/Foodini
A impressora Foodini, pouco maior que um forno micro-ondas – Foto: site Natural Machines/Foodini
O equipamento da Mmuse e duas de suas criações artísticas com chocolate – Foto: site Mmuse