Digital Jazz

Jazz – por Ken Burns

28/07/2018
Jazz – por Ken Burns | Jornal da Orla

A caixa com 4 DVD’s traz 12 programas da série “JAZZ”, de Ken Burns, um dos principais e mais premiados documentaristas dos Estados Unidos e foi lançada no Brasil em 2002 pela Som Livre.
Feita em parceria com a BBC, custou mais de 13 milhões de dólares e levou mais de 6 anos para ser produzida.

 

São 498 músicas e 2.400 fotos que traçam a trajetória do Jazz desde o seu início, com mais de 12 horas e meia de duração.

 

Na época do seu lançamento foi tão importante para a popularização do Jazz, assim como os Festivais da Record foram para a nossa MPB nos anos 60, tamanha a sua qualidade e abrangência.

 

É indispensável assistir com calma cada um dos DVD’s da coleção para que você descubra todo o fascínio da história humana e muito rica do Jazz.

 

O destaque vai para a cuidadosa e marcante edição de imagens (principalmente as fotografias e filmes raros da época), áudios incríveis, depoimentos de críticos, jornalistas e músicos. 

 

A Consultoria Musical ficou por conta do competente e versátil trompetista Winton Marsalis.

 

Alguns dos personagens que você vai encontrar em várias minibiografias: Louis Armstrong, Duke Ellington, Dizzy Gillespie, Charlie Parker, Miles Davis, Thelonious Monk, John Coltrane, Glenn Miller, Chet Baker, Billie Holliday, Sarah Vaughan, Herbie Hancock e muitos outros.

 

Tenho certeza que você vai se emocionar ao ver uma centena de momentos raros e clássicos de um século inteiro da História do Jazz.

 

Meu destaque vai para a sequência inédita dos saxofonistas Charlie Parker e Coleman Hawkins em 1950, um filme experimental do clarinetista Benny Goodman em 1929 e super 8 caseiro do pianista e band leader Duke Ellington ao lado da sua orquestra na estrada.

 

É preciso ressaltar que alguns nomes importantes não fizeram parte do documentário. Nem por isso, a beleza e a sua real importância devem ser descartadas.

 

 

 

Freddy Cole – “In The Name Of Love”

 

Não deve ser fácil carregar o peso familiar de ser o irmão mais novo do inesquecível Nat King Cole. E vale lembrar também que ele é tio da saudosa cantora Natalie Cole. Música é sinônimo da Família Cole.

 

Mais isso nunca foi problema para o pianista e cantor Freddy Cole, que iniciou seu amor pela música bem cedo com apenas 6 anos de idade e teve como grande influência além do irmão Nat, o genial cantor Billy Eckstine.

 

Em 2003 lançou pelo Selo Telarc Jazz o belíssimo trabalho “In The Name Of Love” que contou com o tempero bem brasileiro do pianista Cesar Camargo Mariano, do guitarrista e violonista Romero Lubambo e do percussionista Cyro Baptista, além de grandes músicos.

 

O que mais chama a atenção neste trabalho foram as regravações de clássicos consagrados numa levada “bossanovista”, que agradou em cheio a crítica especializada e o público. 

 

Sua voz suave, grave e elegante se completa perfeitamente pelo seu estilo de  tocar leve o piano.

 

Não deixe de ouvir os temas “Remember Me”, num dueto de arrepiar com a cantora Jane Monheit e “I’m Not Alone”, ambas composições de Ivan Lins e Vitor Martins e também “Lady Love” e “I Loved You”, numa versão de emocionar, tema mais conhecido de Freddy Cole aqui no Brasil. A primeira versão desta música foi tema da novela “Dancin’Days” no ano de 1978 e estourou nas paradas por aqui

 

Com mais de 80 anos, Freddy Cole continua a esbanjar vitalidade e talento por onde passa e tive a honra de trazê-lo a Santos para um show inesquecível no Sesc Santos alguns anos atrás. 

 

Uma lenda, de alma simples e extremamente musical. Não poderia ser diferente.

 

 

Traditional Jazz Bend – “Standards”

 

A banda de jazz paulistana Traditional Jazz Band é uma das mais importantes do país e uma das mais queridas do público pelo seu talento, carisma e simpatia.

 

Criada em 1964 em plena ditadura e com mais de 54 anos de estrada, a banda passou por diversas fases e formações, mas nunca perdeu seu foco, que é o de apresentar a escola do jazz tradicional, sempre com intensidade e muita criatividade.

 

A discografia da banda com mais de 20 lançamentos é referência obrigatória de pesquisa musical.

 

Extremamente ativa até os dias de hoje, faz shows regularmente em teatros, eventos corporativos e workshops em todas as partes do Brasil e fora do país também.

 

Tive a honra e o privilégio de fazer shows memoráveis com a banda aqui em Santos, no Bar da Praia, no Bar do Sesc Santos (a TJB inaugurou este espaço que hoje se tornou referência cultural em nossa cidade com o Projeto Vamos ao Jazz), Teatros Municipal, Guarany e do Sesc.

 

O CD “Standards” lançado pelo selo próprio TJB, esgotado no mercado e atualmente uma raridade para colecionadores, é um dos meus preferidos e faz parte dos vários lançamentos da Série “Vamos ao Jazz”, um projeto de muito sucesso da banda que tem por objetivo apresentar as diversas fases do jazz, de forma simples e didática.

 

Destaco as baladas “Misty”, “Laura” e “Tenderly” e também os temas “It Had To Be You”, “All Of Me” e “Broadway”. Simplesmente sensacionais.

 

Cidão Lima, Edo Callia, Eduardo Bugni, Austin Roberts, Carlos Chaim, William Anderson e Marcos Mônaco, amigos queridos que fazem parte do time atual da banda que é sinônimo de sucesso e alegria por onde passa.