A posição na tabela assusta o torcedor. O Santos terminou a última rodada em 15º lugar no Brasileiro. Mesmo número de pontos que o 17º colocado, primeiro da zona da degola. O Campeonato está quase na metade. O Peixe tem um jogo a menos, contra o Vasco, adiado.
Se a tabela preocupa, outros elementos desse roteiro representam pesadelos ainda assustadores:
1. A irresponsabilidade da direção de colocar um clube com a tradição do Santos na disputa de 4 competições (Paulista, Copa do Brasil, Brasileiro e Libertadores) sem opções de qualidade para o meio campo da equipe. O setor é vital. Principalmente na armação das jogadas. Tão vital que o trabalho de Jair Ventura, demitido nesta semana, a rigor, não pode nem ser avaliado. O treinador testou todos os jogadores disponíveis no elenco para a função.
2. O rendimento do Peixe nas três rodadas pós-Copa é de candidato sério ao rebaixamento. Três empates. Dois como mandante. Média de um ponto por jogo. A média para escapar da Série B é de 1,2.
3. A absoluta falta de planejamento demonstrada na demissão do treinador. Se necessária, deveria ter sido feita na paralisação do Campeonato, antes da Copa. O novo treinador teria tempo de preparar a equipe. Agora não. Quem assumir vai ter de trocar os pneus com o carro em movimento. Para piorar, nem ao menos havia um substituto programado. O time está à deriva há uma semana, com treinador interino.
4. Briga política na direção. O presidente e o vice discordam publicamente e reforçam o clima de insegurança que já paira no clube em função de pedidos de impeachment do presidente tramitando no Conselho.
Essa rota pode ser alterada. Ainda há tempo. Existe até mesmo a possibilidade de que o desempenho em campo melhore muito com a entrada no time dos dois novos contratados, ambos meio-campistas, Bryan Ruiz e Carlos Sanchez. Mas o roteiro de incompetência da direção até agora aponta para um único alvo: a Série B. O histórico de roteiros desse tipo ensina que promessa, novena, cabala e encruzilhada não adiantam.
Reações
Na semana passada, nesta coluna, uma nota comentava os pedidos de impeachment do presidente Peres protocolados no Conselho do Santos.
A nota provocou várias reações. Duas delas merecem registro.
O conselheiro Esmeraldo Tarquínio Neto, articulador de um dos pedidos, argumentou, por mensagens de WhatsApp, que o texto permitia a interpretação de que o pedido dele teria motivações mesquinhas (cargos, comissões, participações em negociações). Não tem. Reconhecemos que ele tem razão. Pelo contrário, é baseado em razões estatutárias legítimas. Muitos apoiadores desse e do outro pedido é que tem essas motivações mesquinhas.
Já o empresário Luiz Taveira, reagiu à nota, também por WhatsApp, com ofensas, ameaças e desqualificações. O curioso, nesse caso, é que ele não está nominado na nota, que dizia apenas “um empresário”. Lembro que meu avô, em casos assim, em que uma pessoa se auto-acusa, dizia que “tinha vestido a carapuça”. Ao senhor Taveira, esclarecemos que não qualificamos pessoas, analisamos fatos.
Usamos a expressão “desastrosas para o Santos” em referência a negociações supostamente intermediadas por ele na gestão Modesto Roma. Contratações de jogadores envolvendo muitos milhões de reais, com salários na casa de centenas de milhares de reais e que atuaram muito pouco e de maneira pífia com a camisa do Santos. Alguns deles: os zagueiros Noguera e Cléber Reis e os atacantes Rodrigão e Vladimir Hernandez. Se o empresário conhece alguma expressão melhor que “desastrosas” para definir essas contratações, este espaço está à disposição para publicar.