A ascensão da era digital por meio de computadores, celulares, notebooks e tablet, tornou tudo mais fácil e aproximou não só setores como comércio, política, serviços, entretenimento, mas também as pessoas. Desta forma, as relações amorosas – ou os ‘lances’ – que nasceram através de uma tela, podem fluir bem, obrigada!
Há pelo menos 15 anos, ninguém sequer imaginava que, em um clique, dava para ver a pessoa do outro lado da tela de forma instantânea, seja por chamada de vídeo no Facebook, stories ou WhatsApp. Os aplicativos amorosos tomaram um espaço e tanto. Não à toa, são febres no Brasil.
Segundo um levantamento feito pelo aplicativo Happn, onde é possível conhecer pessoas que já cruzaram pelo caminho interligando informações de geolocalização, dos 37 milhões de usuários em 2017, 5,4 milhões são brasileiros.
Em 2015, quando o país era maior em cadastrados, esse número era de 1,7 milhãos. Só em São Paulo, era 600 mil, a cidade com mais usuários no mundo.
É necessário moderar
A mobilidade simples e prática que o meio digital propõe, atrelada a uma vida cada vez mais corrida, são fatores que podem ser levados em consideração pela expansão desse fenômeno.
A psicóloga Luci Mara Lundin acredita que é positivo usufruir de aplicativos para criar relacionamentos, mas, como tudo na vida, precisa ser moderado. “Não necessariamente preciso conhecer alguém pessoalmente para saber se é uma pessoa boa ou ruim para mim, para então dizer que na internet estou me arriscando, como muitos justificam para não usar os apps. O risco está em todo lugar. Se usada de forma correta, a internet pode trazer muitos benefícios”, explica.
Por outro lado, com a tecnologia, muitos se relacionam com várias pessoas ao mesmo tempo, não estabelecendo vínculos. Este comportamento, explica Luci Mara, pode indicar, até mesmo, uma espécie de carência diante da busca interminável.
“Ao nos relacionarmos dessa forma, não queremos apenas uma pessoa, já que podemos ter muitas, e é isso que torna tudo rápido e superficial. É como se esperássemos que essa relação exterior suprisse aquilo que tem que estar dentro de nós”, finaliza.
Do app para a vida real
Nos aplicativos de relacionamento pode-se escolher o tipo de relação que se pretende ter. Desde alguém para almoçar, ir à balada, até um namoro. Essa maneira de se relacionar pode ser também ideal para quem gosta de viajar ou acabou de se mudar para uma cidade nova, por exemplo.
Os números refletem bem isso. Entre 1.000 brasileiros, em dado levantado pelo Happn, 60% deles são usuários do aplicativo, e desses, 20% encontrou o atual ou últimx parceirx em redes sociais ou aplicativos de relacionamento.
A jovem Amanda Ribeiro, de 22 anos, conheceu o atual namorado no Tinder, outro popular aplicativo de relacionamento.
“Demos ‘match’ e falamos um pouco por lá. Logo ele me chamou no direct (bate papo da rede social Instagram) demonstrando bastante interesse. Quase um mês depois decidimos ficar e, justamente pelas conversas diárias que mantínhamos por Whatsapp e Instagram, o laço ficou mais forte. Quatro meses depois decidimos namorar”, conta.
Antes do namoro, Amanda conversou com pessoas que mantém amizade até hoje. “Os apps são benéficos para quem procura qualquer tipo de relação”, defende.
LEIA TAMBÉM