Coluna Dois

Demitir ou não demitir o treinador, eis a questão

02/06/2018
Demitir ou não demitir o treinador, eis a questão | Jornal da Orla

O Corinthians vinha de duas derrotas, uma pelo Brasileiro e outra pela Libertadores, esta em casa. Ganhou do América-MG jogando mal na rodada do meio da semana. Vai enfrentar o líder Flamengo fora. Uma vitória: paraíso. Um empate, purgatório. Uma derrota, inferno. Seria a terceira do treinador Osmar Loss em quatro jogos. 

O Palmeiras vinha de uma derrota em casa para o Sport do treinador Claudinei Oliveira, revelado na base do Santos. Perdeu do Cruzeiro fora. E tem um jogo de risco para o treinador Roger Machado contra o São Paulo, em casa. O inferno verde já chegou para o ex-santista Lucas Lima, marcado pela galera palmeirense faz algumas rodadas. Quarta-feira, foi substituído no intervalo, depois das vaias da torcida.   

O São Paulo começou a temporada desacreditado. Eliminado do Paulista pelo Corinthians e da Copa do Brasil pelo Atlético Paranaense, também esteve na direção de ver o diabo de perto. Parece que o novo treinador, o uruguaio Diego Aguirre, pelo menos temporariamente, está conseguindo mudar a rota. O Tricolor chegou até a sentir o gostinho da liderança provisória, depois da vitória de quarta-feira. Parece que Raí, Lugano e Ricardo Rocha, responsáveis pela vinda de Aguirre, conseguiram arrumar a casa.

E aí a gente chega no Santos. Uma tragédia. O Peixe, nesta largada do Brasileiro, está colocando o pescoço na guilhotina. Ao lado do Flamengo, do Cruzeiro e do São Paulo, o Peixe é um dos quatro “incaíveis” da elite (a Chape, mais recente, também nunca foi rebaixada). Mas está afundado na zona do rebaixamento. 6 míseros pontos em 7 jogos. 18º lugar. Uma possível vitória em casa contra o Vasco, em julho, jogo adiado, colocaria neste momento o Santos em 13º lugar. Mas apenas um pontinho acima da zona de rebaixamento. 
O Santos está classificado para as quartas-de-final da Copa do Brasil (graças à vitória no confronto com a Luverdense) e para as oitavas da Libertadores (disputou a vaga num grupo muito fraco). Esses torneios só vão ter continuidade depois da Copa do Mundo. Ou seja: a direção do clube vai ter tempo para arrumar a casa. No Brasileiro, que ainda tem quatro rodadas até essa parada, esse trem já passou. A luta que vai se desenhando é para não cair. 

O presidente José Carlos Peres antecipou a volta da viagem da seleção, como chefe da delegação, para segunda-feira. Também deixou vazar a formatação de uma proposta para fazer de volta Paulo Henrique Ganso. Neste momento, Ganso cairia bem na equipe. Mas não é suficiente. O time precisa de pelo menos mais dois jogadores para o meio campo e de um atacante de área. Aí aparecem duas questões dramáticas:

1. Onde encontrar esse jogadores?
2. Se eles vierem, não podem se machucar, como aconteceu com o melhor jogador do time, Bruno Henrique. Não tem reservas à altura.       

Por sinal que a volta de Bruno Henrique, nesta quinta-feira, mesmo sem ritmo de jogo, acende um fiozinho de esperança para a torcida do Santos para essas quatro rodadas: Vitória e Inter, na Vila Belmiro, e Corinthians e Fluminense, fora.

Dilema ainda mais dramático é o da decisão em torno do treinador. Mesmo que tenha um hipotético acordo com a direção para tocar a bola até a chegada de reforços nessa parada da Copa, Jair Ventura parece não ter mais fôlego para seguir. O futebol do time está horroroso. Uma derrota para o Corinthians, se ele chegar até lá….