Para os santistas que cresceram a partir da década de 1950, entrar na Confeitaria Joinville é uma mistura de sensações e boas lembranças. Os passeios com os avós pelo calçadão da praia do Boqueirão sempre terminavam na confeitaria, com uma bomba de chocolate ou um pedaço generoso do bolo floresta negra. Nos aniversários em família reinava o tradicional bolo de nozes e, no verão, qualquer um dos deliciosos sorvetes artesanais ajudava a espantar o calor.
A verdade é que a Joinville está para o santista como a Carlo’s Bakery para New Jersey: é tão genuinamente nossa que, quem vier a Santos e não for até lá para comer um docinho, não teve a experiência completa.
Após alguns anos trocando de direção e de rumo, a confeitaria Joinville, como a gente gosta e reconhece, está de volta! A reabertura aconteceu no início deste mês com a proposta de resgatar a história e os deliciosos e tradicionais doces que a tornaram famosa desde 1951, quando foi criada.
A missão será bem simples e ainda mais doce, pois à frente da nova (velha) Joinville está o confeiteiro José Sudário, que trabalhou lá por 30 anos, é o último profissional da confeitaria na ativa e, portanto, aquele que tem todos os segredos que fazem dos bolos, tortas, bombas e até o famoso doce de rum, tão especiais.
“Abrimos há 15 dias e, aos poucos, os clientes estão voltando e sentindo que a Joinville que eles conhecem também está de volta. Os fregueses vêm aqui e se emocionam, porque, quando eram crianças, vinham com os avós ou pais que, muitas vezes, já faleceram. Eles buscam os doces que comiam na infância”, explica Sudário.
A nostalgia se confirma no cardápio, com as bombas chantilly e ganache, o mil folhas, a tortinha de morango, o triângulo, a latinha de chocolate, o bolo de frutas, além dos já citados, floresta negra, nozes e o doce de rum. As tradicionais mousses e os sorvetes também estão no menu. Tudo feito pelas mãos do confeiteiro.
“Assim como antigamente, hoje, só compramos a matéria-prima. Tudo é feito aqui! Desde o chantilly, as caldas dos bolos e das tortas. É um processo artesanal, nada é industrializado. Eu tive como professores, portugueses e italianos, que me deram muita bronca até eu aprender!! Eu vou manter esta tradição”, garante o confeiteiro, que trouxe a esposa Eliane Carvalho e o filho Ernanes Dantas, de 28 anos, para administrarem em família o negócio.
“A Joinville é como um ponto turístico de Santos, que tem clientes fiéis, que vêm até de São Paulo para comer, principalmente, a famosa bomba de chocolate. E ficam bravos se não encontram!”, diverte-se o jovem que cresceu em meio aos doces e receitas do pai. “Não achávamos justo que a história da Joinville perdesse, por isso, estamos de volta”, conclui.
A visita à confeitaria é um verdadeiro convite para sair da dieta e viajar pelo tempo através dos doces. O horário de funcionamento é de terça a domingo, das 9 às 22h.
Serviço: Confeitaria Joinville – Av. Vicente de Carvalho, 36, Boqueirão. Encomendas e informações pelo telefone: 3394-7544 ou nas redes sociais.
