Coluna Dois

Santos: esperança no time e decepção com a nova gestão

10/03/2018
Santos: esperança no time e decepção com a nova gestão | Jornal da Orla

O Santos não colheu resultados positivos, animadores, nas três últimas partidas. Duas derrotas e um empate. Perdeu na semana passada na estreia na Copa Libertadores no Peru para o Real Garcilaso por 2 a zero. Empatou no clássico com o rival Corinthians, pelo Campeonato Paulista, no domingo, por 1 x 1. E perdeu de novo na quarta-feira pelo estadual para o Novorizontino: 2 x 1.  

Esse único pontinho em nove disputados aborrece e irrita o torcedor. Mas é enganador. Não traduz a evolução que o time vem tendo nas mãos do treinador Jair Ventura.

Isso porque as derrotas aconteceram na altitude de Cuzco, que coloca os adversários dos times locais numa desvantagem quase insuperável, e num estádio tão alagado, no interior de São Paulo, que tornava o futebol absolutamente impraticável.

Referência melhor é a do jogo contra o Corinthians. Com Leo Citadini no lugar de Renato, o Peixe conseguiu encurralar no segundo tempo, um adversário em estágio muito mais adiantado de formação e entrosamento como o Corinthians, e poderia até ter ganhado se não tivesse sido prejudicado por um erro clamoroso de arbitragem. 

Na vitória contra o Santo André, na Vila Belmiro, antes desses três jogos, o time já tinha conseguido dominar o meio de campo e pressionar o adversário, com Leo Citadini como segundo volante.

Oscilações vão acontecer, como é natural numa equipe que tem muitos jogadores muito jovens em funções importantes. Mas Jair Ventura dá mostras de saber lidar não só com essa conjuntura mas também com as limitações do elenco que não foi reforçado pela direção com algumas das contratações que eram necessárias. 

E ao contrário do Corinthians, já formado e com poucas possibilidades de evolução, o Peixe pode subir muito de produção com a entrada do lateral esquerdo Dodô (ao lado), que estreou na quarta-feira, com a recuperação de Vitor Bueno e com a volta de Bruno Henrique. 

Se dentro de campo o Santos se apresenta pelo menos com boas perspectivas para a torcida, fora de campo a coisa vai de mal a pior. Em pouco mais de dois meses, a gestão de José Carlos Peres já vai reduzindo a pó a expectativa de inaugurar um novo período, sem as lambanças, decisões desastradas e trapalhadas em série da gestão anterior.

Peres e o Comitê de Gestão nomeado por ele, nesse curto período do mandato, têm se esforçado para perder por completo a credibilidade e alguma aura de competência:

O acordo assinado às pressas com a Rede Globo foi seguido por uma nota oficial quase inacreditável pela falta de profissionalismo, que diz que o departamento jurídico vai examinar a questão depois do contrato assinado.

A auditoria prometida para desde 2000 agora encolheu só para os últimos 5 anos, que não abrangem nem o segundo mandato completo de Luís Álvaro e Odílio. Os jogos da fase de grupos não vão ser mais todos no Pacaembu, como anunciado. O presidente Peres diz que queria a contratação do meia Nenê na nota em que explica a demissão do executivo de futebol Gustavo Vieira e depois se desmente e diz que não queria. O prazo de dez dias para contratar um meia articulador se derreteu… O treino no Pacaembu antes do jogo contra o Corinthians era para ser aberto, depois fechou, abriu de novo por maia hora… A psicóloga foi desdemitida…

Mas “O Santos Futebol Clube é encantado” como diz o torcedor, ex-conselheiro e diretor Caio de Stefano, “e independentemente da gestão, é capaz, por essa magia, de beliscar mais títulos importantes nos próximos anos”.