O jogo diante do Corinthians, neste sábado, pode representar um divisor de águas para o Santos. O adversário, estruturado pelo treinador Fábio Carille, é um time “encardido”, como se dizia no jargão do futebol. Toma pouquíssimos gols. Só 16 em 32 jogos neste ano. Em 17, desses 32, não tomou gols. E consegue fazer o suficiente para as 18 vitórias do ano. Não disputa a Libertadores. Foi eliminado, na Copa do Brasil, pelo Inter, que está na Série B. Ganhou o Paulista, o que sempre dá um alívio com a torcida. Embora classificado na Sul-Americana, está totalmente focado no Brasileiro e pertinho do topo da classificação, depois de 3 rodadas.
O Santos, na comparação, parece atravessar uma temporada melhor. Exibe como credenciais a classificação como único invicto na fase de grupos da Libertadores e também o fato de estar entre os 8 finalistas da Copa do Brasil. A eliminação pela Ponte Preta nas quartas de finais do Paulista não chegou a representar um grande trauma porque o Peixe vinha saciado pelas oito finais consecutivas e pelos cinco títulos recentes no Estadual.
O problema do Santos é outro. Apesar dessa boa situação, o time não conseguiu, neste ano, em nenhum momento, entusiasmar a torcida. Não repete o futebol criativo e ofensivo do segundo semestre de 2015 e de boa parte da temporada do ano passado. Depende quase que exclusivamente de Lucas Lima para criar jogadas. Reforços caros, como Cléber e Lucas Donizete, não entraram no time. Argentinos, como Vecchio e Noguera, não entram nem em campo. Valores importantes como Ricardo Oliveira e Renato parecem começar a acusar o peso da idade.
Nos oito confrontos contra equipes da Série A, neste ano, foram seis derrotas (Palmeiras, Corinthians, São Paulo, Ponte em Campinas, Fluminense e Cruzeiro) e só duas vitórias (Ponte no Pacaembu e Coritiba). O aproveitamento assusta, apenas 25%. Perdeu os três clássicos, dois deles na Vila.
Esse retrospecto muito negativo contra equipes da Série A acaba levantando dúvidas em relação ao desempenho na Libertadores. O grupo do Santos não estava mesmo entre os mais fortes. E também na Copa do Brasil, onde o adversário nas oitavas, o Paysandu, 14o colocado da Série B no ano passado.
No Corinthians, falava-se em atraso da premiação dos jogadores pela conquista do Paulista. Nesses últimos dias foi noticiado um acordo de parcelamento desse prêmio. No Santos, fala-se atraso no pagamento dos direitos de imagem dos jogadores.
Uma vitória sobre o rival pode iluminar as próximas semanas do Peixe. Uma derrota pode aumentar ainda mais a parcela crescente da torcida que entende que Dorival Junior não tem nem condições nem recursos pessoais para dar a “mexida” que o time necessita, com urgência, receber.
Mercado
Luiz Araújo, do São Paulo, inaugura uma possível nova revoada de jogadores brasileiros. Foi para o Lille, da França, por 10,5 milhões de euros (R$ 38 milhões). Thiago Mendes vai seguir o mesmo destino por R$ 27 milhões. A saída dos dois preocupa a torcida são-paulina. O goleiro brasileiro Ederson, do Benfica, vai para o Manchester City por incríveis 40 milhões de euros (R$ 145 milhões). O São Paulo também tem uma fatiazinha aí. Ederson passou pela base do Morumbi.
Final da Champions
Cristiano Ronaldo e o ataque milionário do Real Madrid enfrentam neste sábado às 15h45 a defesa da Juventus de Turim, candidata a ser considerada como a melhor de todos os tempos, e que só tomou 3 gols nos 12 jogos da Champions. O brasileiro Daniel Alves se adaptou com perfeição a esse sistema defensivo. Mais de 300 salas de cinema no Brasil vão transmitir o jogo.
Lebron x Durant e Curry
Outra decisão galáctica está sendo jogada no Hemisfério Norte, mas do outro lado do Atlântico. Golden State Warriors e Cleveland Cavaliers, fazem pela terceira temporada consecutiva a final do basquete dos Estados Unidos na NBA. Warriors venceram a primeira dessas finais por 4 a 2 e no ano passado os Cavaliers conseguiram a maior virada em finais da história da NBA depois de estarem perdendo por 3 a 1. No primeiro jogo da série de 7, na quinta-feira, vitória dos Warriors.
Vale Refeição
O pequeno número de torcedores do Santos nos jogos do time na Vila Belmiro vem sendo ironizado por torcedores e jogadores adversários. Nesta semana, o atacante Kayke, do próprio Santos, postou uma resposta a um torcedor tocando nesse ponto: “Muita corneta para pouca torcida”. Para o jogo contra o Botafogo, no Pacaembu, na próxima quarta-feira, o preço do ingresso mais barato (R$ 10), foi zoado pelo comentarista Flávio Prado da Rádio Jovem Pan: “Aceita VR?”.
