Ser mãe é padecer no paraíso? Quem é mãe sabe que não é bem assim. Filho traz felicidade, trabalho, consome tempo e também muita preocupação. Quando crianças exigem cuidados, proteção, noites em claro. Quando jovem o foco muda, mas as noites permanecem insones até o reconfortante barulho da chave na fechadura, anunciando o retorno da cria ao lar.
Ser mãe é, acima de tudo, um desafio e uma grande responsabilidade. É preciso muito jogo de cintura para manter a harmonia família e a vida pessoal em equilíbrio. O bebê não nasce com manual de instruções, a mulher segue sua intuição, seu instinto de proteção, vive muitos momentos de insegurança, incertezas, cansaço, medo, culpa e, mesmo assim, vê seu amor aumentar a cada dia.
Nunca te vi, sempre te amei
O paraíso talvez seja uma forma simbólica de definir o sentimento que inunda – para sempre – o coração da mulher ao segurar seu bebê nos braços pela primeira vez. O nascimento de um filho é um divisor de águas: existe a vida antes e depois dele.
A maternidade proporciona sensações únicas e, claro, gratificantes. O vínculo estabelecido entre mãe e filho é algo extremamente forte e íntimo. É um amor diferente de todos os que já foram experimentados e tão poderoso que faz com que a mulher deixe sua vida em segundo plano enquanto cuida da pequena criatura.
O cordão umbilical imaginário se mantém, embora mais fino, mesmo na vida adulta. O filho agora é do mundo e não pode ser protegido de todos os obstáculos e predadores. Adquirir a consciência que não tem esta capacidade é uma das tarefas mais árduas da maternidade.
Mas, como disse Vinicius de Moraes:
Filhos… Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-lo?