Coluna Dois

Briga no campo e chilique na entrevista

29/04/2017
Briga no campo e chilique na entrevista | Jornal da Orla
De um lado, uma violência inaceitável dos uruguaios. Atletas, dirigentes e o público merecem punições exemplares.
 
Os atletas, porque depois de um jogo bastante tenso, em que saíram derrotados, partiram para a agressão aos jogadores adversários. 
 
Os dirigentes porque colaboraram. Covardemente fecharam as saídas para que a delegação palmeirense ficasse acuada dentro de campo.
 
E os espectadores porque invadiram os espaços dos torcedores brasileiros para agressões.
 
A punição precisa ser exemplar porque por muito pouco não houve uma tragédia naquela noite de quarta-feira no estádio do Peñarol. As cenas remetem aos piores momentos do futebol.
 
Precisa ser levada em conta aí a participação, na origem do problema, do volante Felipe Melo do Palmeiras. Entrevistas desastradas parecem ter se tornado a marca registrada desse jogador.
 
Na chegada ao Palmeiras, no início deste ano, falou aquela besteira de que se tivesse de dar “tapa na cara de uruguaio, daria”. A confusão de quarta-feira começa com os uruguaios partindo pra cima dele.
 
No final do jogo entre Palmeiras e Santos, na Vila Belmiro, neste ano, Felipe Melo já tinha ironizado o estádio santista dizendo que não era caldeirão coisa nenhuma. “Nunca vi caldeirão com oito mil pessoas”.
 
É evidente que declarações provocativas como essas não justificam nenhum ato de violência e de estupidez.  
 
Mas seres humanos estúpidos e violentos também fazem parte da população. Assim, cabe a uma pessoa pública o equilíbrio de evitar atitudes e declarações como essas que acabam funcionando como incitamento para essas tendências.
Equilíbrio esse que o treinador do Palmeiras, Eduardo Baptista, também não demonstrou ao final do jogo.
 
Baptista teve um chilique durante a entrevista coletiva, um piti, esculhambando jornalistas em geral e um, Juca Kfoury, em particular.
 
Pessoas com atividades públicas, e a de treinador de futebol é uma delas, precisam ter equilíbrio para conviver com críticas.
 
Pode-se dar um desconto a Eduardo Baptista em função da tensão daquele momento pós-briga. Mas a descompensação teve todos os elementos de uma cena patética e lamentável.
 
Houve quem aprovasse Felipe Melo e Eduardo Baptista. Como diz Rita Lee, “Pegar fogo nunca foi atração de circo. Mas, de qualquer maneira, pode ser um caloroso espetáculo.” 

Resultado, sim. Futebol, nem tanto  

O Santos encaminhou a classificação para as quartas da Copa do Brasil com a boa vitória sobre o Paysandu no jogo de ida, nesta quarta, na Vila, por 2 x 0. Também está com a classificação bem encaminhada no grupo na Libertadores. Mas ainda não empolgou a torcida. O Peixe tem apresentado um futebol de baixa qualidade. Quarta-feira, pouco mais de 6 mil espectadores mesmo com ingresso gratuito para o associado.

Chance real e histórica 
A Ponte Preta, depois de eliminar Santos e Palmeiras chega à final do Paulista com chances concretas de passar pelo pragmático Corinthians do treinador Carille e conquistar o primeiro título da sua história. Méritos para o treinador Glison Kleina, que arrumou o time, e para bons jogadores como o zagueiro Yago, o lateral esquerdo Reinaldo, o volante Elton e os atacantes Lucca, Cleisson e Pottker. 
 
Já tem boneco à venda 
Marcante a comemoração do gol 500 do argentino Lionel Messi pelo Barcelona justamente contra o arquirrival Real Madrid. Tirou a camisa e a mostrou estendida em pleno estádio do adversário. No jogo do Barcelona, no meio da semana, milhares de torcedores imitaram o gesto. Neymar repetiu a comemoração e postou no Instagram e a empresa Banbo Toys já colocou à venda um bonequinho de Messi com a camisa estendida.