Coluna Dois

Quanto vale o amor à camisa?

04/02/2017
Quanto vale o amor à camisa? | Jornal da Orla
A relação torcedor-jogador é um dos combustíveis mais importantes para o sucesso de qualquer time. Os ídolos movimentam a paixão, vendem camisas, lotam estádios e são porta-vozes nas redes sociais, atualmente. Os últimos dois ídolos irretocáveis no Brasil foram Marcos e Rogério Ceni. Carreira inteira no mesmo clube.

Existe uma ressalva a ser feita aí. O goleiro é a posição mais privilegiada nesse aspecto por alguns motivos. É mais fácil ser longevo no gol porque o mercado europeu dá menos atenção para os arqueiros brasileiros, principalmente, porque a maioria assume a titularidade já bem depois dos vinte anos. Os que brilham mais novos, como Alisson, Rafael Cabral e Neto, têm mercado fora.

Alguns goleiros do Brasil, mesmo com passagem por outros clubes, seguem o exemplo de longevidade no mesmo clube de Ceni e Marcos, como Fábio (Cruzeiro), Jefferson (Botafogo), Diego Cavalieri (Fluminense) e Weverton (Atlético/PR). Apenas o primeiro tem pelo menos uma década debaixo das traves do mesmo clube.

É quase impossível um jogador brasileiro de destaque passar a carreira toda atuando no Brasil, como acontecia com frequência antigamente. Essa parte, infelizmente, é aceitável. Porém, existem muitos jogadores que constroem a carreira fora e voltam para o clube de origem ou do coração no Brasil. 
Dois exemplos muito bacanas foram o de Alex, no Coritiba, e Juninho Pernambucano no Vasco. O segundo, inclusive, abriu mão até de salários para atuar. Já consagrados e com muito dinheiro no bolso, voltaram por amor à camisa. Vale lembrar que isso nem sempre depende do jogador. O interesse precisa ser mútuo.

Na contramão deles, dois casos recentes machucaram bastante o sentimento dos torcedores. Robinho, na hora de mostrar gratidão e agradecer por todas as vezes que o Santos o reergueu, preferiu jogar no Atlético Mineiro. Conca, anos ganhando fortuna na China, fez ainda pior, foi atuar no rival Flamengo. Ainda mais para uma torcida carente de ídolos recentes como a do Fluminense. Diego seguiu o mesmo caminho. Ronaldinho Gaúcho é odiado pela torcida do Grêmio por tal comportamento. São muitos exemplos.

Nesse aspecto, os brasileiros têm muito o que aprender com os argentinos. Lá eles realmente voltam e atuam por amor. São torcedores de verdade. É comum ver até alguns atletas tatuarem o escudo do clube como fizeram Cavenaghi, com o do River, e Di María, Rosário Central. Aimar, Saviola, Verón, Heinze, Diego Milito e Máxi Rodrigues, com carreiras sólidas fora, voltaram para o clube do coração.

Para muitos, o futebol virou mais dinheiro e menos paixão, mas são exemplos como Juninho, Alex e os argentinos que ainda dão o toque de romantismo e a sobrevida que nós, torcedores, precisamos.

Fenômeno
 
Nem nos melhores sonhos Gabriel Jesus imaginava um começo tão empolgante com a camisa do Manchester City. Em dois jogos e mais alguns minutos, ele caiu nas graças da torcida com boas atuações, assistências e gol. Ganhou até uma música bem divertida. O camisa 33 deve jogar contra o Swansea, domingo, às 11h30, com transmissão da ESPN Brasil.
 
Diferença
 
O site Transfermarket fez uma avaliação dos elencos de clubes que vão disputar a Libertadores. Entre os nove primeiros colocados, estão os seis clubes brasileiros. O Galo lidera, com um plantel avaliado em R$ 247,3 milhões, seguido por Palmeiras (R$ 224,8 mi) e Grêmio (R$ 202,4 mi). O River Plate é o primeiro intruso, à frente de Flamengo (R$ 189,9 mi), Santos (R$ 162,1 mi) e Atlético/PR (R$ 123,1 mi). Na sequência, fecham a lista San Lorenzo, Botafogo e Estudiantes. O estudo só reforça o favoritismo dos clubes brasileiros, que não se concretizou nos últimos anos.
 
Repercutiu
 
O zagueiro argentino Fabián Noguera foi criticado pelo repórter Lucas Musetti, setorista do Santos no globoesporte.com, após o lance do gol no amistoso contra o Kenitra. Depois do jogo,  o xerifão chamou Lucas para conversar, ameaçou e até puxou o jovem pela camisa. O repórter fez um boletim de ocorrência online e o Santos optou por não se pronunciar. O fato é que os dias de Noguera no Peixe estão contados, já que não será inscrito no Paulistão.
 
Finalmente
 
Um dos dias mais aguardados do calendário esportivo chegou. Neste domingo acontece o Super Bowl 51, a grande decisão da National Football League. O verdadeiro espetáculo que é a grande final será decidido entre Atlanta Falcons e New England Patriots. O tradicional show do intervalo ficará a cargo de Lady Gaga. A ESPN transmite ao vivo, com equipe in loco, às 21h.