A trajetória do Maracanã, da glória ao abandono, simboliza com perfeição a história recente do país e os riscos que estão pela frente de quem ainda tenta sobreviver por aqui, tanto no futebol como fora dele.
Houve uma época, no século passado, em que muito brasileiro se referia com orgulho ao Maraca como o maior estádio do mundo. Hoje, pelas imagens apresentadas nos telejornais, a definição é de estádio mais abandonado do mundo. Ladrões roubaram os fios e as estátuas de bronze. Os vidros dos camarotes estão quebrados. O lixo do último jogo, aquele dos Amigos do Zico, estava apodrecendo nos bares e nas escadarias. As câmeras de vigilância não registram nada disso porque a energia elétrica está cortada por falta de pagamento. E até o gramado, lendário, está seco e esburacado.
A segunda metade do século passado tem o Maracanã, inaugurado para a Copa de 1950, como um dos símbolos da auto-estima tendendo à megalomania do Brasil. Pelé e Garrincha, Émerson Fittipaldi, Éder Jofre, Maria Ester Bueno, João do Pulo brilhavam nos esportes e mimavam a autoestima nacional. Rodovia Transamazônica, Usina de Itaipu, Ponte Rio-Niterói tentavam, em outras áreas, alcançar o status de maior do mundo ostentado pelo Maracanã.
O país parecia se levantar para o desenvolvimento. E o futebol brasileiro era respeitado como o melhor do planeta.
Mas o vírus da roubalheira e a bactéria da incompetência já estavam instalados na política e no futebol.
Veio a decadência. O futebol europeu evoluiu e ultrapassou o brasileiro. Chegamos, de fracasso ao fracasso, aos 7 a 1 da Alemanha em 2014. Jogadores brasileiros migram para centros mais organizados assim que saem das fraldas.
A competição é desigual. O país tem dimensão e população de níveis continentais. Mas a renda do brasileiro não permite ingressos, camisas e publicidade nos patamares da Europa.
Isso se traduz nos salários dos atletas.
Outros fatores contribuíram para a decadência: os treinadores brasileiros ficaram para trás, o calendário engessou o intercâmbio, a cartolagem permaneceu no amadorismo, o governo federal abençoou a má administração dos clubes rolando dívidas, a violência das torcidas…
O abandono do Maracanã simboliza isso tudo. Tanto a decadência política que levou estados como o Rio de Janeiro à falência absoluta como o descuido com a tradição centenária de qualidade do futebol praticado no país.
As perspectivas de curto e médio prazo não são boas nem numa área nem na outra. Portanto: Oremos!!!
Camisas Kappa
Reportagem postada no site da ESPN nesta semana traz a informação de que a estratégia inovadora do Santos para as camisetas não deu os resultados esperados no primeiro ano. O clube teria lucrado apenas R$ 700 mil no primeiro semestre e os números do segundo semestre, que devem ser divulgados em março, não seriam muito melhores. No contrato anterior, informa a reportagem, a Nike bancava R$ 7 milhões fixos por ano para o Peixe.
Camisa: case de sucesso
Enquanto isso, Sport Recife e Adidas celebram os bons resultados da parceria e estudam a renovação do contrato até 2020. Na Centauro, maior rede multicanal de varejo esportivo da América Latina, o Leão da Ilha liderou o ranking de vendas nas lojas físicas e pela internet em novembro e em dezembro, na frente dos 12 grandes do futebol brasileiro. A camiseta dourada, especialmente, fez muito sucesso. Estudo da agência Euroméricas aponta o Chivas Guadalajara, do México, como líder de vendas de camisetas de futebol nas Américas. Boca Juniors e Flamengo completam o pódio.
Federer: a marca mais valiosa
Os números de 2016 ainda não estão fechados. Mas o tenista suíço provavelmente vai estar no topo da lista das marcas esportivas mais valiosas. LeBron James, do basquete dos Estados Unidos, e Phil Mickelson, do golfe também dos EUA, devem aparecer no segundo e no terceiro lugares. Cristiano Ronaldo, na sexta posição, é o primeiro futebolista da lista. E a novidade vem da Índia: Mahendra Singh Dhoni, do críquete, estreia entre os dez mais do ano na décima posição.
Flamengo atropela
O Palmeiras, principalmente, e também o Peixe, encorparam time e elenco com boas contratações. Mas é o Flamengo que, se conseguir harmonizar todos, vai ter o poder ofensivo mais refinado e explosivo: Rômulo, William Arão, Diego, Conca, Éverton e Guerrero. Do meio para a frente, pelo menos, não vai faltar aquilo que os jogadores, treinadores e jornalistas esportivos gostam de definir como “qualidade”.