A temporada de 2016 do futebol mundial fica marcada pela tragédia que se abateu sobre a Chapecoense. Muito triste que tantas pessoas tenham perdido a vida em função de uma sequência de decisões equivocadas do piloto /empresário da empresa aérea Lamia contratada para o voo.
Fica marcada também pela ascensão do Palmeiras, de novo, depois de muito tempo, ao topo do futebol brasileiro. O Verdão já tinha conquistado a Copa do Brasil no ano passado. Neste ano, levou o Campeonato Brasileiro de forma incontestável.
Destaque para o gerente de futebol, Alexandre Mattos. Estava no bicampeonato do Cruzeiro, em 2013 e 2014, e agora também leva o Palmeiras ao título. Essa sequência de sucessos valoriza inclusive a função de gerente no futebol porque não acontece por acaso.
O Grêmio, que conquistou a Copa do Brasil, o outro grande torneio brasileiro, também merece registro. Montado por Roger Carvalho e conduzido nessa campanha vitoriosa por Renato Gaúcho, o Grêmio chega à Libertadores 2017 como protagonista, para disputar o título.
A Chapecoense, teve interrompida pela tragédia uma trajetória também brilhante. Agora é torcer para que Vagner Mancini consiga remontar a equipe e dar sequência ao excelente trabalho de Caio Junior.
O Santos teve um ano que pode ser avaliado positivamente. Ganhou o Paulista, título que atualmente é ironizado pelas outras torcidas e até por uma parte da galera do próprio Peixe. Mas que tem uma tradição que ninguém consegue negar: é o mais importante dos desvalorizados campeonatos estaduais do Brasil.
O Peixe ficou entre os 8 finalistas da Copa do Brasil e na última rodada chegou ao vice-campeonato brasileiro.
Ainda que vices não sejam valorizados no Brasil, é preciso reconhecer que a campanha foi muito boa. O Santos perdeu a corrida para o Palmeiras principalmente no confronto com os quatro rebaixados. Enquanto o Palmeiras conquistou os 24 pontos em disputa nesses 8 jogos, o Peixe ganhou só 9. Vale lembrar que em boa parte desses jogos o Santos estava sendo remontado em função de convocações para a Seleção Brasileira, tanto a principal como a olímpica.
Uma boa parte do crédito da temporada do Peixe deve ser creditada ao treinador Dorival Junior, único da Série A a atravessar o ano no mesmo clube.
Treinadores- Os destaques, entre os treinadores brasileiros, ficaram para Tite e Cuca, os escolhidos nas votações de final de ano como os melhores do Brasil. Tite levou o Brasil a uma impressionante recuperação nas Eliminatórias. Cuca comandou o Palmeiras com extrema competência. Na entrevista coletiva depois da eliminação do Paulista, na Vila Belmiro, Cuca prometeu a conquista do Brasileiro. E cumpriu.
Jogadores- Cristiano Ronaldo brilhou muito em 2016. Ganhou tudo. Champions League com o Real. Europeu de seleções com Portugal e no final do ano o Mundial de Clubes. O português tem trocado a explosão física pela colocação e pela experiência conservando a mesmíssima eficiência. No Brasil, Gabriel Jesus brilhou. Mas chama a atenção que em 18 clássicos contra os rivais paulistas na carreira não tenha anotado nenhum gol.
Divisões de base- O Santos está nas duas pontas nesse quesito no ano. 5 dos 18 jogadores que conquistaram a medalha de ouro olímpica foram formados na Vila: Neymar, Zeca, Thiago Maia, Felipe Anderson e Gabigol. Marca impressionante. Mas, na outra ponta da gangorra, o sub-20 do Peixe, topo das categorias de base, teve um ano tétrico com uma coleção de eliminações precoces nos torneios de que participou e algumas goleadas humilhantes.