Coluna Dois

Um passado e um presente só de glórias… e o futuro?

26/11/2016
Um passado e um presente só de glórias… e o futuro? | Jornal da Orla
A pergunta é importante. Clubes tradicionais, como Vasco, São Paulo e Portuguesa, enfrentam dificuldades que têm origem nas turbulências da política interna. 
 
O Santos, com muita tradição e uma torcida muito menor do que merecia ter, precisa se debruçar sobre essa questão.
 
Alguns clubes europeus se tornaram empresas de grandes investidores e passaram a frequentar o topo do ranking mundial: Chelsea, Paris Saint Germain, Manchester City.
 
Vale a pena manter essa estrutura atual com dirigentes não-remunerados que tomam decisões que envolvem milhões de euros e conselheiros corneteiros?
O Peixe atravessou 104 anos de história mantendo a vocação de grandeza. 
Será que consegue  se manter assim com essa estrutura num cenário cada vez mais dominado pelas leis de mercado, arenas, patrocínios e competitividade?
 
Nesta semana, o Conselho Deliberativo vai avaliar a proposta de mais uma embaixada, a de São José do Rio Preto. As embaixadas, assim como o Comitê de Gestão, estão entre os poucos itens em que o clube ousou ser vanguarda nos últimos anos. Entraram na reforma do estatuto aprovada pelos sócios em 2011.
 
O São Paulo, que por muitos anos foi apontado como modelo de administração no futebol brasileiro, naufragou no final da década passada.
 
Caiu nas mãos de um cartola não-remunerado que pagava com sobrepreço que incluía propina e vendia com subpreço e… propina.
 
O Tricolor acaba de adotar o modelo de Comitê de Gestão para evitar cair de novo justamente nesse tipo de problema. Grandes corporações do mundo empresarial adotam esse modelo bem-sucedido. No São Paulo, o megaempresário Abílio Diniz é um dos defensores do CG.
 
Com investidor ou com o CG, o superintendente Dagoberto dos Santos precisa ser fiscalizado e cobrado com muito mais rigor. Se é verdade que em campo o treinador Dorival Junior tira leite de pedra e a equipe tem um bom desempenho no ano (para os padrões do futebol brasileiro), fora de campo a coisa não anda tão bem. O salário alto e as muitas regalias contratuais do superintendente permitem que ele tenha dedicação exclusiva ao cargo. Assim, não se justifica que o clube colecione tantos negócios ruins e tranqueiras no elenco como Nilson, Rodrigão, Joel, Paulinho, Valencia, Rolón…  A lista é bem longa. 
 
Etapa queimada
Rogério Ceni, ao assumir o cargo de treinador do São Paulo, queima etapas importantes na carreira. Pode dar certo. Pode resultar em fracasso.  O ex-goleiro tem grande identificação com o clube, o que ajuda. Mas vai ser cobrado pela torcida como se fosse outro qualquer, o que atrapalha.
 
Final heroica
 A Chapecoense escreveu uma página bonita da sua história ao se classificar nesta semana, diante do tradicionalíssimo San Lorenzo, para a final da Copa Sul-Americana. Tem muito clube centenário e tradicional no Brasil que ainda não realizou um feito desses. Nas comemorações os torcedores zoaram até o Papa Francisco, torcedor do San Lorenzo. Agora é enfrentar o Atlético Nacional da Colômbia, campeão da Libertadores.
 
 Demissão estapafúrdia
O Atlético Mineiro demitiu o treinador Marcelo Oliveira que está com a equipe na final da Copa do Brasil e no quarto lugar no Brasileiro. A saída acontece entre os dois jogos da final. É difícil especular sobre os bastidores, mas, em princípio, é uma das mais absurdas demissões de treinador entre as muitas que se enquadram nessa definição na história do futebol brasileiro.
 
Frases soltas no ar
Lucas Lima disse nesta semana que o Santos merece o título do Campeonato Brasileiro porque “joga mais bonito” que o Palmeiras. A avaliação é pessoal, subjetiva, mas se fosse assim, a Holanda de 74, o Brasil de 82… Já Renato Gaúcho, na mesma linha de subjetividade, falou que jogou “mais” que Cristiano Ronaldo. O português tem mais de 440 gols na carreira. O treinador do Grêmio marcou pouco menos de 200…