O diagnóstico do câncer de mama é uma das fases mais difíceis na vida de uma mulher. Enfrentar a doença com coragem é o segredo para quem vê a morte de perto. Outubro, o mês reservado para alertar sobre o câncer de mama, é também o momento de celebrar a vida para quem sobreviveu a ele. Na Baixada Santista, entre os dias 21 e 23, uma regata de canoas, no estilo chinês Dragon Boat, reunirá guerreiras de vários países que, com suas experiências, provam que há vida após a doença.
A Regata Internacional em Dragon Boats marca o encontro de instituições ligadas ao câncer de mama, como a canadense International Breast Cancer Paddlers’ Commission (IBCPC), o Instituto Neo Mama e a Canoa Brasil, do introdutor da canoa havaiana no país, Fábio Paiva. Ele explica que foi contatado por membros da IBCPC por ser o único atleta que possui a embarcação chinesa na América do Sul.
“Atenta ao fato de que a América do Sul é a região que mais tem mortes em câncer de mama no mundo, a instituição do Canadá entrou em contato comigo e, unindo forças com outros parceiros, vamos realizar este encontro em Santos e São Vicente. Foi, por meio deste contato, que fiquei sabendo que Dragon Boat é a modalidade de canoagem que mais cresce no mundo e foi escolhida como o esporte oficial das sobreviventes da doença”, diz Fábio.
A escolha do esporte não é por acaso: a remada, segundo especialistas, é considerada a atividade ideal para o pós-operatório do câncer, pois ela evita o aparecimento de inflamações como o linfedema nos membros superiores. “Além da regata, que acontece na Praia dos Milionários, no domingo (23), reunindo sobreviventes do câncer de mama de países como Canadá, Argentina, Estados Unidos e Nova Zelândia, e diversas partes do Brasil, o evento trará, para o Sesc Santos (sexta, 21), o médico que é um ‘papa’ no assunto, Donald C. McKenzie, que vai dar uma palestra gratuita. A vinda do especialista é um marco”, explica Paiva.
Santos terá representantes
Santos também será representada na Regata Internacional. Vinte e duas mulheres sobreviventes do câncer de mama formam a equipe que já treina nos mares da cidade. “A princípio elas usam canoas havaianas, pois são embarcações mais estáveis no mar, diferentemente das Dragons, que foram criadas para festividades e, não, para competições. Na sexta-feira (14), pela primeira vez, elas entraram em uma embarcação chinesa, que será usada no dia do evento. Participam da prova 18 alunas de várias idades”.
A equipe leva o nome Ka.Ora, em referência à cultura Maori, neozelandesa. “Ka.Ora significa ‘vida’ e representa essas mulheres, que venceram a morte e são verdadeiras guerreiras”, elogia o atleta.
Confira a programação da Regata Internacional em Dragon Boats
Sexta-feira (21), às 19h30- No Sesc Santos, palestra “Remar em Dragon Boats é medicina – Sobre os benefícios do remo no pós-operatório de câncer de mama”, com dr. Donald C. McKenzie, médico, PHD, professor no Departamento de Medicina Esportiva da Universidade British Columbi,a no Canadá. Gratuita e voltada ao público em geral, profissionais da área da saúde, mediante retirada antecipada de convite. Endereço: Rua Conselheiro Ribas, 136, Aparecida.
Sábado (22), às 8h- Próximo ao Ilha Porchat Clube, na praia do Itararé (São Vicente) clínica sobre Dragon Boats para as sobreviventes do câncer de mama e treinamento das equipes. O público interessado em participar da remada integrará a categoria Sorteio. Neste dia, haverá possibilidade de treinar nas Dragon Boats, mediante inscrição pelo tel.: 3261-2229.
Domingo (23), às 8h– Na Praia dos Milionários (SV), regata com baterias de 200 metros, para 300 atletas de todo mundo.