Perimetral

Porto, pesca, pesquisa, turismo, ensino, petróleo. O que fazer?

30/07/2016
Nossa cidade vive debatendo suas características e possibilidades de desenvolvimento. São inúmeras as possibilidades. São várias as aptidões culturais, locacionais, econômicas e históricas. 
 
Cremos que não pairam mais dúvidas quanto ao principal foco de atuação de nossa cidade, que abriga o maior porto do hemisfério sul. Entretanto, em muitos momentos, nos defrontamos com a necessidade de debater e definir quais seriam as melhores destinações de algumas regiões ou áreas específicas de nossa cidade e região.
 
Quando a comunidade se debruça sobre os debates para as revisões e atualizações das legislações que regulam o uso e ocupação do solo, as atenções se avolumam e permitem que determinações legais estabeleçam, com mais clareza, qual a visão que se tem do presente, o que se pretende atingir no futuro e como serão efetuadas algumas transições entre modelos diferentes. Nossa cidade tem instrumentos formais e instituições com capacidade para tais debates e posicionamentos. Estamos estruturados e capacitados para tais debates e definições.
 
Entretanto, em muitos momentos, situações pontuais, áreas específicas e definições locacionais permanecem sem definições claras estratégicas e, quando são ocupadas, muitas vezes de forma inadequada, geram problemas de difícil solução.
 
São áreas e regiões que permanecem hibernando em suas utilizações, sem criar maiores incômodos, e com o passar do tempo, pelo mau uso ou pela perda de oportunidade, apresentam-se como grandes exemplos de arrependimento.
 
Quantas áreas em nossa cidade e região hoje, quando analisadas, apresentam-se como sinônimos de erros ou omissões do passado? Certamente, cada um de nós vai poder listar terrenos e áreas que hoje podemos dizer: “Poxa vida! Se este terreno não tivesse sido ocupado com isso ou aquilo, esta região poderia hoje ter melhores condições urbanas, sociais ou econômicas”.
 
Pois bem. Na relação cidade-porto, numa região absolutamente estratégica, podemos constatar a presença de um destacado terreno que continua clamando por decisões mais estratégicas para o futuro de nossa cidade. Bem ao final da avenida portuária, na região que interliga o porto com a parte urbana e turística da cidade, permanece sem a devida atenção e sem a utilização de forma mais estratégica, o terreno sob controle do terminal de pesca.
 
Ao lado do porto e do ferry-boat, em região com grande potencial turístico, inclusive ligado à própria pesca, que conta com o tradicional “mercado do peixe”, este imenso terreno permanece impoluto, como se estivesse dizendo para a cidade: “usem-me de forma adequada ou se arrependerão no futuro”.
 
Quantas possibilidades de utilização já foram estudadas, atividades independentes ou consorciadas! Manter a atividade de pesca, porém com atrativos mais turísticos, seria uma delas. Centro de pesquisas e ensino (do mar, da pesca, do petróleo, do porto e tantos outros), seriam outras opções. Atividades náuticas, atividades industriais de navegação, instalações logísticas que pudessem conviver com as características do local também não poderiam ser excluídas. Centro para treinamentos e capacitações, laborais portuárias e logísticas, com a implantação de ambientes de cenários de tais atividades, também poderiam ser estudadas.
 
E ainda não deveriam ser excluídas as possibilidades de utilização de parte do terreno para melhorias no sistema viário, inclusive com algum estudo para ligação seca entre as cidades que margeiam o canal, naquela região. São muitas as opções que já foram estudadas e, infelizmente, não prosperaram de maneira efetiva. Precisamos estar atentos. Ou definimos como potencializar aquele terreno ou poderemos nos arrepender no futuro! Nestas fases de crises e paralisias nas atividades, precisamos aproveitar para definir planejamentos estratégicos que serão implementados, quando da retomada das atividades. Este terreno precisa ser debatido.