No pedido de prisão de três dinossauros do PMDB (o presidente do partido, Romero Jucá; o presidente do Senado, Renan Calheiros; e o ex-presidente da República, José Sarney), o procurador-geral da República, sustentou que os políticos estavam maquinando para melar a Operação Lava Jato, num esquema batizado por eles mesmo como “Solução Temer”.
Além do afastamento de Dilma Rousseff, a operação incluiria mudanças na lei de modo a inviabilizar as delações premiadas e os chamados acordos de leniência. E, para se sustentar, exigiria ampla distribuição de cargos no novo governo, inclusive para políticos do PSDB.
O ministro do STF, Teori Zavaski, negou o pedido de prisão dos políticos, por considerar insuficientes as provas apresentadas por Janot, mas, ainda assim, ressaltou que as conversas são “reprováveis” e “não se mostram à altura de agentes públicos titulares dos mais elevados mandatos de representação popular”.
Lula cai nos braços de Moro
A coisa está ficando feia para o ex-presidente Lula da Silva. Tudo que ele não queria acabou acontecendo. O ministro Teori Zavascki, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou que a maior parte das investigações envolvendo Lula seja devolvida para o juiz federal Sérgio Moro, em Curitiba. Moro tem sido o terror dos políticos e empresários corruptos envolvidos na Lava Jato. Vários deles já foram condenados a muitos anos de cana.
A ligação de Lula com as empreiteiras, a propriedade do sitio em Atibaia e do Triplex no Guarujá são alguns dos casos que serão analisados pelo juiz Sérgio Moro. Lula que ponha as barbas de molho.
A língua da Cláudia
Se até a Tia Eron abandonou o barco, o futuro o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB) se aproxima do naufrágio. O que menos o preocupa agora é sua cassação, mas sim a iminente prisão, que deve ser decretada pelo Supremo Tribunal Federal e, mais do que isso, a pressão sobre sua mulher, Cláudia Cunha.
A situação dela é tão complicada quanto a do marido, mas ela não teria a mesma estrutura emocional do político e acabaria “abrindo o jogo” ao juiz Sérgio Moro.
A pergunta que não quer calar: se preso, Cunha cumpriria a promessa de “levar” junto 150 deputados federais, um senador e um ministro de Temer?
Até tu, Marina?
Ela posou de santa, enfiou o dedo na cara dos outros, condenou as “relações promíscuas” entre empresas e políticos. E eis que, sem lhe perguntarem, Léo Pinheiro, um dos donos da OAS, revelou ter feito doações “por fora” para a campanha de Marina Silva em 2010. Segundo ele, Marina não queria aparecer associada a empreiteiras.
Ela, obviamente, nega.
Não é a primeira vez que Marina é flagrada dando seta para a esquerda e virando à direita. Nas campanhas de 2010 e 2014, ela foi criticada por ambientalistas por aceitar doações (desta vez, por dentro) de empresas poluidoras e que desrespeitam a legislação ambiental, como mineradoras e fábricas de fertilizantes.