Confira o que aconteceu no Porto de Santos de 1964 a 1993:
1964
Durante 180 dias, o navio Raul Soares ficou ancorado no porto de Santos, servindo como prisão para dissidentes da ditadura militar. Considerados “subversivos”, os presos eram submetidos a torturas físicas e psicológicas em calabouços que, por ironia, foram batizados com os nomes de boates da boca do Lixo santista: El Marocco, Night and Day e Casablanca. O navio-prisão só foi desativado em 23 de outubro daquele ano.
1968
O complexo santista contava com 7.034 metros, mais armazéns e 91 tanques combustíveis. As poucas empilhadeiras fixas foram substituídas por 270 empilhadeiras automotivas, o número de vagões subiu de 180 para mais de 400 e os guindastes hidráulicos foram substituídos por elétricos.
1968
Inaugurado o primeiro terminal privativo, o da Cosipa, com cais de 300 metros de extensão. Em 1971, começaram a funcionar os da Ultrafértil e Dow Química.
1974
Na noite de 8 de janeiro, o cargueiro Ais Gioris estava atracado no cais santista quando começou a pegar fogo. Para evitar que o incêndio se alastrasse, a embarcação foi rebocada até o meio do canal do estuário, onde queimou e afundou. Os restos do navio ficaram no lugar, atrapalhando a navegação, até 18 de janeiro de 2013, quando os últimos destroços foram retirados.
1980
Em 8 de novembro, com o fim da concessão da Companhia Docas de Santos (CDS), a administração do porto passou para a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), sociedade de economia mista que, até março de 1990, permaneceu sob controle da Empresa de Portos do Brasil S.A. (Portobras).
Em seus 90 anos de atuação, a CDS movimentou quase 400 milhões de toneladas de cargas. Entregou à Codesp 11.837 metros de cais, 53 armazéns, 96 tanques de combustíveis e químicos, ferrovia, a usina elétrica de Itatinga, pátios e 13.357 funcionários.
1981
Foto Acervo Tecom
Em agosto, foi inaugurado na margem esquerda, em Guarujá, o Terminal de Contêineres (Tecon). Administrado inicialmente pela Portobras, foi operado pela Codesp até 1997, quando foi licitado e concedido, por 25 anos, renováveis por mais 25 anos, pela Santos Brasil. De 248 mil TEUs em 1998, a movimentação subiu para 1,8 milhão em 2019.
1984
Em 1º de setembro, foi inaugurado com um acervo de 5 mil itens, o Museu do Porto. E isso só foi possível porque, cinco anos antes, o engenheiro Antônio Carlos da Mata Barreto impediu que diversos documentos e itens da CDS fossem jogados no lixo ou incinerados.
1989
Foto Acervo FAMS
Em 22 de fevereiro, após 22 dias de greve geral, o então presidente Fernando Collor de Mello recuou e suspendeu a demissão de 5.372 trabalhadores portuários, anunciada semanas antes. A cidade inteira parou em solidariedade aos trabalhadores, que haviam sido informados da perda do emprego por telegrama.
1993
Em 25 de fevereiro é promulgada a Lei dos Portos (8.630/93), que entre outra medidas criou o Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo), para gerenciar a força de trabalho, e o Conselho de Autoridade Portuária (CAP).
Fotos: Acervo Codesp