Economia

Taxa de desemprego de 8,5% é a menor para abril desde 2015, diz IBGE

31/05/2023
Rovena Rosa/Agência Brasil

Da Agência Brasil

A taxa de desemprego do trimestre finalizado em abril deste ano (8,5%) é a menor para o período desde 2015, quando o indicador havia ficado em 8,1%. Na comparação com o ano passado, por exemplo, houve uma queda de 2 pontos percentuais, já que a taxa do trimestre encerrado em abril de 2022 foi de 10,5%. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) e foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Esse também é o segundo ano consecutivo em que a taxa de desemprego não cresce em relação ao trimestre encerrado em janeiro, como costuma acontecer nesse período. Em 2022, a taxa caiu 0,7%. Neste ano, manteve-se estável.

Segundo a pesquisadora do IBGE Alessandra Brito, tampouco houve aumento da população desempregada, que se manteve estável, em 9,1 milhões de pessoas.

“O que está explicando essa taxa [de desemprego] ter ficado estável [na comparação trimestral] é porque a procura [por trabalho] não aumentou estatisticamente como era esperado pela questão sazonal”, conta.

Ela destaca ainda que a população subutilizada, aquela que está desocupada ou que poderia trabalhar mais do que trabalha, ficou em 21 milhões de pessoas, isto é, 2,5% menor que no trimestre anterior (encerrado em janeiro) e 19,6% inferior ao mesmo período do ano passado (trimestre findo em abril de 2022).

A população fora da força de trabalho, ou seja, aqueles que não estão trabalhando e nem procurando emprego, aumentou, chegando a 67,2 milhões de pessoas. Houve altas de 1,3% ante o trimestre anterior e de 3,5% no ano.

“Quando a gente vai olhar para a população fora da força, poderia pensar que as pessoas desistiram de procurar porque o mercado está ruim, mas não é o que parece. A população desalentada teve redução e a força de trabalho potencial também teve redução”, afirma a pesquisadora.

A população desalentada é formada por aqueles que gostariam de trabalhar e estavam disponíveis, mas não buscaram trabalho por vários motivos. Esse contingente chegou a 3,8 milhões de pessoas, 4,8% a menos do que no trimestre anterior e 15,3% a menos do que no ano passado.

Já a força de trabalho potencial reúne aquelas pessoas que procuraram trabalho, mas não estavam disponíveis e aquelas que gostariam de trabalhar, mas não chegaram a buscar emprego. O tamanho desse grupo caiu 6,2% na comparação trimestral e 16,7% na comparação anual.

Segundo a pesquisadora, ao longo de 2022, a taxa de desemprego mostrou uma melhora em relação ao início da pandemia de covid-19 (anos de 2020 e 2021) e, nos últimos trimestres, vem apresentando estabilidade em torno de 8%.