
Uma das principais lideranças dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro na Baixada Santista, o comerciante Walter Parreira foi condenado a 14 anos de prisão por tentar subverter a ordem democrática brasileira.
Mentor do grupo Trincheira Patriótica de Santos, ele durante meses fomentou por grupos de whatsapp, manifestações públicas e conversas pessoas a ideia de impedir a posse de Lula e Geraldo Alckmin. O ponto alto de suas ações criminosas foi sua participação nos atos terroristas de 8 de janeiro de 2023, em Brasília. Além de ter participado das invasões e destruição do patrimônio público, ele organizou e financiou caravanas de pessoas até a capital federal.
Parreira foi condenado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) por abolição violenta ao Estado Democrático de Direito (Artigo 359-L), Golpe de Estado (Artigo 359-M), dano qualificado (Artigo 163, parágrafo único, I, III e IV), deterioração do patrimônio tombado (Artigo 62, I) e associação criminosa armada (Artigo 288, parágrafo único).
O golpista também foi condenado a pagar 100 dias-multa (totalizando R$ 50,6 mil) e dar sua parcela de contribuição para ressarcir os danos morais coletivos (R$ 30 milhões) a serem divididos de forma solidária entre os todos os condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
Parreira já está preso, desde 23 de outubro de 2023, na Penitenciária de Tremembé. Parreira foi detido preventivamente durante a 19ª etapa da Operação Lesa Pátria, que identificou as pessoas que financiaram ou participaram das invasões e destruições ao Palácio do Planalto, Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal.
Excesso de provas
Apesar de em sua defesa ter argumentado que estava em Brasília para participar de um evento de seisho-no-ie (que nunca existiu) e que tinha desejava um golpe, Parreira foi condenado com base em uma profusão de provas materiais e testemunhas – inclusive produzidas por ele próprio.
Entre elas, a convocação para os atos em Brasília que ele próprio gravou e disseminou por grupos de WhatsApp e também um vídeo em que ele aparece participando de depredações na sede do STF.
Em sua sentença, o ministro Alexandre de Morais cita que imagens de Parreira em ação foram divulgadas pelo Jornal da Orla em 12 de janeiro de 2023. Numa delas, o golpista aparece vestindo uma camisa camuflada, em pé sobre uma bancada do Senado, segurando uma barra de ferro.
A investigação da Polícia Federal que baseou a condenação da Suprema Corte incluiu também vídeos em que Parreira aparece na Praça dos Três Poderes e dentro de um ônibus, convocando outros golpista a ocuparem a capital federal. “O momento é de ocupar Brasília e ficar lá até a hora do nosso desfecho, da nossa vitória”.
Para ele, deu ruim. Para a democracia, deu bom…
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