
Os servidores municipais da Educação de São Vicente entram em greve por reajuste salarial na próxima quinta-feira, a partir das 8 horas. A paralisação foi decidida em assembleia na noite de sexta-feira (28). São aproximadamente 2,2 mil trabalhadores. A Prefeitura nega os valores divulgados pelo Sindicato e garantiu que vem recebendo menos recursos a cada ano.
De acordo com Roberto Ciccarelli Filho, presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Magistério e na Educação Municipal de São Vicente (Sintramem), depois de algumas reuniões veio o impasse. “Nós temos uma série de reivindicações. A principal delas é a salarial. Nós estamos pedindo cerca de 18%. Parece um número alto, muita coisa. Porém, existe o dinheiro do Fundeb, que nos leva a crer que cabe no orçamento até mais. A gente só quer os 18%”, disse Ciccarelli.
Ele ressaltou que o Sindicato vem acompanhando os valores do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) e, no ano passado, São Vicente arrecadou R$ 52 milhões a mais do que em 2023. “Curiosamente, quando chegamos em dezembro, eles não tinham dinheiro para pagar as férias do professor e quitaram no dia 14 de janeiro. Aí, acendeu um alerta: como é que pode você arrecadar 52 milhões de reais a mais e não ter dinheiro para pagar as férias?”, questionou.
São Vicente tem perto de 38 mil alunos, espalhados em 60 escolas de Ensino Fundamental e 42 creches. “Então, nós começamos a conversar em fevereiro, porque a data-base é em fevereiro. Diante do quadro financeiro, a gente achou que, das reuniões, ia sair de lá feliz e contente. Quando chegou à mesa, ofereceram 0%. Aí nós discutimos e, na segunda reunião, apareceram 7 milhões de reais por ano, o que dá menos de 2% de reajuste para o professor. Aí nós começamos a discutir sobre inflação, reajuste do piso, e eles começaram a dizer que não tinham dinheiro e a gente rebateu. Na quinta reunião, a coisa se esgotou e eles fecharam uma proposta de 3,5%, ou seja, nem a inflação queriam dar”.
Diante do impasse, a proposta foi para assembleia dos educadores, que rejeitou. O presidente pediu que a Prefeitura oficializasse a proposta ou mandasse outra e nada chegou. “No dia 3, às 8 horas, quem trabalha pela manhã estará na porta da Prefeitura, no Centro. A partir das 13 horas, quem trabalha à tarde. A situação está muito ruim. Um professor cuida de uma criança por cinco horas e ganha R$ 0,80 por hora. Já o prefeito da Cidade deu um reajuste de 52% no próprio salário”.
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