Fronteiras da Ciência

Sem rumo

31/05/2024
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Era um sábado de sol e uma família aproveitava o início do verão para fazer um passeio diferente.

Informados de que uma ilha, situada a meia hora de barco do litoral, era um lugar agradável e belo, não hesitaram.

O pai comprou as passagens de barco, a mãe arrumou as crianças e partiram.

Nas mãos, uma mochila com alguns apetrechos de praia para garantir um dia tranquilo.

Não se informaram sobre o que realmente encontrariam, nem sobre o que deveriam levar para passar o dia.

Não se inteiraram sobre o que havia para ser visto.

Quando desembarcaram, não atentaram para os demais passageiros, para onde iriam, ou que rumo tomariam.

Discutiam entre si para decidir o que fariam e, por fim, acabaram tomando uma trilha, dentre as muitas que havia, e caminharam muito, sem saber sequer para onde se dirigiam.

Passaram por lugares de difícil acesso e os mosquitos e o sol inclemente tornaram o passeio ainda mais difícil.

A ausência de um local apropriado para o almoço, para um descanso, também foi motivo de discussão entre a família.

Horas depois de terem desembarcado, o único desejo de todos era retornar ao barco e voltar o mais rápido possível para casa.

Não conseguiam conceber como alguém poderia ter, em sã consciência, recomendado um programa como aquele.

Quando, enfim, conseguiram encontrar o caminho de volta, puderam sentar-se à sombra e comprar água fresca.

Todos cansados e irritados, começaram a perceber as pessoas em volta e notaram os comentários que faziam a respeito da ilha.

Uns falavam ter adorado a vista do morro onde ficava o farol.

Outros diziam que a fortaleza construída há mais de 200 anos era um espetáculo à parte.

Falavam também de praias de águas mansas e transparentes onde as crianças podiam brincar sossegadas.

Quando a família se alojou no barco que a levaria de volta ao continente, pai, mãe, e os filhos se entreolharam e se deram conta de que haviam desperdiçado o dia.

Perceberam que, por falta de planejamento, de diálogo e de cuidado, deixaram de conhecer as belezas daquele lugar, e que haviam sofrido desnecessariamente.

[com base na Red. do Momento Espírita]

Muitos também passamos pela vida assim.

Vivemos por viver, sem saber ao certo o que fazer dessa oportunidade abençoada.

Não planejamos nossas condutas e repetimos mil vezes os mesmo erros, insistindo em antigos vícios.

Não sabemos o que queremos alcançar, quem queremos ser, e assim desperdiçamos uma vida.

 

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