
O prefeito de Santos, Rogério Santos, espera que as animosidades eleitorais fiquem para trás e não prejudiquem parcerias do município com os governos federal e estadual. “A eleição passou, temos que trabalhar em conjunto em benefício da população”, disse, ao participar do Debate na Redação, programa do OrlaPlay. Confira os principais trechos e o vídeo da entrevista:
Escolha de ministério e privatização do Porto
O prefeito comemorou a nomeação do ex-governador de São Paulo, Márcio França, para o Ministério dos Portos e Aeroportos neste momento em que o Porto de Santos passa pelo processo de desestatização. Rogério ressalta que não se coloca contra a privatização, mas vê com preocupação os prejuízos que ela causaria para a região. “A Autoridade Portuária iria para iniciativa privada com 60% de ações na Bolsa de Valores. Quem vai administrar o Porto não vai estar preocupado com a cidade e, sim, com os resultados para os acionistas”.
Terminais de fertilizantes x passageiros
O imbróglio que envolve a instalação de um terminal de fertilizantes próximo ao atual terminal de passageiros também é um dos pontos que a prefeitura observa com atenção. Rogério lembrou da importância do Concais para a temporada de cruzeiros brasileira, mas ressaltou que ele está operando com máxima capacidade. “O Governo Federal queria leiloar a área do terminal de fertilizantes sem resolver os problemas do de cruzeiros. Existem soluções possíveis, mas é preciso ter um diálogo mais amplo. Com a escolha do Márcio França, a possibilidade de isso avançar é muito grande”.
Túnel entre Santos e Guarujá
Para Rogério, um dos fatores positivos da desestatização seriam os investimentos que possibilitariam a construção de uma ligação seca entre as cidades. Mas, segundo ele, isso deveria ser imediato e não um projeto para o futuro. “Se a ideia é aumentar o movimento de navios, tem que ter o túnel. Hoje, toda vez que entra um navio, a balsa para. Recursos não faltam, como empréstimos internacionais, por exemplo. Essa ligação é fundamental para a região”.
Obras em Santos
As parcerias com o governo do Estado, destacou o prefeito, permitiram que diversas obras estejam em andamento em Santos, entre elas, unidades habitacionais, estação elevatória na Zona Noroeste e as obras de contenção nos morros. O gargalo atual são as obras do Veículo Leve sob Trilhos que, para ele, precisam ser aceleradas e arrumadas.
“O governo do Estado contratou muito mal a empresa que está fazendo as obras do VLT, que deveriam ser entregues no fim deste ano e serão entregues no fim do ano que vem”. Ele espera novos recursos para viabilizar outros projetos, como o Parque Palafitas, que remodelará as habitações nos diques de Santos, além do aumento de leitos nos hospitais da cidade.
Ocupação do Centro
Rogério relembrou que, no passado, o projeto de expansão de Santos estimulou a saída de moradores do Centro para as regiões da orla. Com o esvaziamento do bairro e as mudanças no estilo de vida, para ele, não faz mais sentido ter o Centro como uma área comercial. Fazer que as pessoas voltem a morar no local começa com o investimento em infraestrutura, reformas do patrimônio histórico, a chegada de universidade, nova iluminação e os festivais culturais. “A moradia depende da iniciativa privada”.
Escolas de tempo integral
Estratégia defendida pelos principais especialistas em educação, as escolas de educação integral serão ampliadas na cidade. Santos tem 60% das crianças em estudo integral. A meta, explicou o prefeito, é entregar o mandato em 2024 com 75%. As recentes aquisições do antigo Colégio Marza, no Gonzaga, e o prédio da Strong, no Mercado, aumentarão as ofertas de vagas e recuperarão os efeitos causados pela pandemia. Há previsão da criação de novos complexos em tempo integral nos bairros Marapé, Macuco e São Manoel.
Políticas sociais
Para Rogério, o principal problema que a cidade enfrenta atualmente é na área da habitação. “A política habitacional é fundamental. As pessoas querem ter uma casa própria. Isso traz dignidade, segurança, saneamento”. Ele destaca, além dos investimentos em construção de moradias junto ao governo do Estado, as ações voltadas às pessoas em situação de rua, como o projeto Fênix, que garante transferência de renda e trabalho. “Santos oferece abrigo, alimentação e faz tudo o que está dentro da lei. A partir de janeiro, a cidade terá uma política de saúde mental focada em álcool e drogas”.
Esquerda x direita
A polarização nas eleições, na opinião do prefeito, deve ficar no passado. O momento é de unir forças entre as esferas municipais, estaduais e federal. “Precisamos reunir o Brasil e trabalhar juntos. Não existe super-herói ou salvador da Pátria”.
Orçamento secreto
Ao destacar a importância de o Brasil criar um pacto federativo, o prefeito criticou o orçamento secreto. “70% do que se arrecada fica em Brasília e 10% nos municípios. Não se tinha que discutir orçamento secreto. É necessário dar mais autonomia para os municípios, que deveriam receber mais, afinal, as pessoas vivem nas cidades”.
PAB e Alckmin
As eleições de Geraldo Alckmin e Paulo Alexandre Barbosa são vistas com boa expectativa para a região, principalmente, para tirar projetos e obras do papel. “Sou um otimista e tenho certeza de que, tanto o governo do Estado como o Federal, vão dar certo. As eleições acabaram. O país precisa ser uma Nação”, conclui.
Assista a entrevista completa com o prefeito de Santos, Rogério Santos, no Orlaplay:
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