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Quem te mandou pilotar fogão?

04/03/2022
Quem te mandou pilotar fogão? | Jornal da Orla

Qual o primeiro nome que vem a sua cabeça quando falamos de mulheres no automobilismo? Muitos talvez citem a repórter Mariana Becker, que cobre F1 pela Band. Outros podem falar da Bia Figueiredo, a primeira brasileira a correr em uma categoria top do automobilismo mundial, na Fórmula Indy e por algumas temporadas na StockCar. Talvez os mais fãs mais aficionados citem a italiana Maria Teresa de Filippis, primeira mulher a competir na F1. Outros talvez não se lembrem de ninguém. Afinal, em pleno ano de 2022, a participação das mulheres no automobilismo ainda é pequena.

Mas por que isso acontece? Motivos não faltam. Eles vão desde o começo tardio da participação desse público nos esportes a motor, passando por falta de oportunidades e culminando no que talvez seja a principal razão: machismo, puro e simples. Sim, amigos, não vamos nos enganar! Quando se fala de mulheres e carros, ainda há muito machismo envolvido. Podemos ver esse machismo em evidência no nosso dia a dia. Ele existe quando escutamos piadas grosseiras, como aquele ditado infame que diz “mulher no volante, perigo constante”, até declarações de figurões do automobilismo mundial, como a fala infeliz de Christian Horner, chefe da Rede Bull, que afirmou que “jovens garotas estão se interessando mais por conta dos pilotos bonitos”. Ridículo! Após ser criticado, o inglês explicou a sua fala.

Temos mulheres em muitos setores importantes hoje, como CEO de grandes empresas, à frente de seus próprios negócios, em oficinas como mecânicas, motoristas de caminhão… Enfim, elas estão ganhando terreno e conquistando seu espaço. Precisamos urgentemente mudar essa postura, essa cultura machista de que mulheres não pertencem ao automobilismo. Hoje elas entendem de carro, gostam do assunto, dirigem bem — e muitas melhor do que muitos homens.

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