Política

Projeto busca estimular consciência crítica nos jovens em Santos

30/04/2025 Josi Castro
Marcelo Camargo/Agência Brasil

Vereadora quer que educomunicação faça parte do currículo de todas as unidades de ensino do município

Esclarecer conceitos sobre educomunicação, debater propostas sobre desenvolvimento do pensamento crítico dos alunos da rede municipal de ensino e fortalecer o currículo escolar para que essas crianças e jovens sejam mais conscientes em relação às mídias digitais e redes sociais.

Esses foram os temas da audiência pública “Educomunicação e sua importância para uma escola cidadã e democrática”, idealizada e mediada pela vereadora Renata Bravo (PSD), na segunda-feira (28), na Câmara de Santos.

A parlamentar é autora de projeto que prevê a ampliação do programa “Memórias em rede” para todas as escolas da rede santista de ensino. A proposta é baseada em ideia da estudante Karolyne Fernandes Lira da Silva, que fez parte da Câmara Jovem, no ano passado.

“Pude perceber a diferença entre um aluno que participa do programa e outro que está fora. O ‘Memórias em Rede’ estimula esses alunos da periferia a pensar, desenvolver o senso crítico e aprender a ser cidadão. Precisamos de pessoas pensantes, que têm opinião própria, que carregam valores e conseguem evoluir não só como indivíduo, mas também em sociedade”, observa Karolyne.

Desenvolvido pelo Instituto Devir, o projeto consiste em oficinas jornalísticas lúdicas, envolvendo linguagens multimídia, com entrevistas, debates e rodas de conversa, nos quais os participantes criam e experimentam espaços de expressão, participação e cidadania, ao mesmo tempo que se conscientiza sobre o direito à comunicação e à informação de qualidade.

A atividade foi laureada com o Prêmio Nacional Mariazinha Fusari de Educomunicação, em novembro passado, em Brasília (DF) durante o X Encontro Brasileiro de Educomunicação.

Memórias em rede
O projeto já é desenvolvido nas UMEs Avelino da Paz Vieira (bairro Vila Nova) e Vinte e Oito de Fevereiro (Saboó), Mário de Almeida Alcântara (Valongo), José Bonifácio (Vila Nova), Cidade de Santos (Embaré), além da escola estadual Zulmira Campos (Castelo) e com as crianças da entidade Casa Vó Benedita.

“Vivemos numa super­abundância de informação, no meio de um movimento ostensivo de desinformação e discurso de ódio. Não é só discernir o que é fake news, mas promover uma convivência melhor”, relata a presidente do instituto Devir, Andressa Luzirão.

O presidente da Associação Brasileira de Pesquisadores e Profissionais em Educomunicação (ABPEducom), Ismar de Oliveira Soares, ressaltou a importância da Educomunicação, que saiu dos espaços das escolas para entrar nas comunidades, mobilizando crianças e adolescentes. “Essa atividade alcança todo o território nacional, sob um olhar vigilante e autocrítico, em que o próprio aluno examina suas tarefas e as dos colegas, para manter a fidelidade aos princípios que mantém o conceito sólido”.

Para Renata Bravo, a audiência serviu ao propósito. “Acredito que esclareceu muitas dúvidas, até dos profissionais. A Educomunicação era encarada como um projeto de ciência social, quando na verdade é um projeto de aplicação na educação. Assim, ficou muito clara a proximidade da atividade com a pedagogia durante a aplicação”, finaliza.